Bilhões de reais serão investidos para mudar o sul e sudeste do Pará
O município de Marabá, que amanhã completa 97 anos, vive um momento histórico. Na quarta, 31 de março, o presidente da Vale, Roger Agnelli, esteve lá para receber da governadora Ana Júlia a licença prévia da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), que a mineradora vai implantar naquela cidade. Roger Agnelli aproveitou a ocasião para anunciar o início das obras civis do empreendimento, que começam de imediato com os serviços de terraplenagem e devem alcançar em outubro próximo as demais etapas.
Mobilizando nesta fase inicial investimentos de R$ 5,2 bilhões, a Alpa deve entrar em operação em novembro de 2013. Nessa fase ela terá capacidade instalada para a produção de dois milhões de toneladas métricas de placas (aços inacabados) e 500 mil toneladas de aços laminados (bobinas a quente e chapas grossas. A diretoria da Vale já trabalha com a perspectiva, porém, de que num horizonte máximo de dez anos a indústria já poderá ter elevado a sua produção para cinco milhões de toneladas, tornando-se assim, pelo porte, uma das maiores aciarias do Brasil.
As obras de implantação da Alpa deverão gerar na microrregião de Marabá 16 mil empregos. A partir de 2013, quando a siderúrgica entrar em funcionamento, a previsão é de que serão gerados mais de vinte mil postos permanentes de trabalho, sendo 5.300 diretos, entre próprios e terceirizados, e outros 16 mil indiretos, estimados com base na capacidade germinativa desse tipo de empreendimento. O próprio presidente da Vale, Roger Agnelli, antecipou lá mesmo em Marabá que várias outras indústrias deverão se fixar no entorno da Alpa, que fica no quilômetro 14 da rodovia Transamazônica.
O poder multiplicador do empreendimento pode ser percebido já no próprio arranjo de engenharia, que compreende a instalação de um sistema totalmente integrado. Compõem esse sistema a indústria siderúrgica, para produzir aços laminados e placas, a construção de um acesso ferroviário, para receber o minério de ferro de Carajás, e a construção de um terminal fluvial no rio Tocantins, para receber o carvão mineral e fazer o escoamento da produção siderúrgica até o terminal portuário de Vila do Conde, no município de Barcarena.
Simultaneamente à implantação da Alpa, porém, Marabá deverá ser palco nos próximos anos de um conjunto de obras e projetos estruturantes de grande impacto social e econômico. Lá mesmo, em associação com a Vale, o grupo Aço Cearense vai implantar o projeto Aline, uma planta industrial orçada em R$ 1,5 bilhão concebida para produzir aços laminados a quente e aço galvanizado. Hoje, o grupo cearense já opera no distrito industrial de Marabá a Sinobrás (Siderúrgica Norte do Brasil S.A.), que produz em média por ano 315 mil toneladas de tarugos de aço.
Na etapa seguinte, de laminação, a Sinobrás transforma os tarugos de aço em produtos siderúrgicos prontos para a utilização (vergalhão e barra mecânica) ou destinados ao processamento posterior (fio-máquina). Na quarta e última etapa, a indústria utiliza o fio-máquina para produzir diferentes tipos de arames, bem como treliças e telas eletrossoldadas, para a construção civil.
Fonte: Diário do Pará
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