O presidente da comissão de Energia e Meio Ambiente do Parlamento da Noruega, o liberal Ketil Kjenseth, declarou ontem à imprensa que o governo norueguês deveria pedir que a gigante de energia Equinor paralise os investimentos no Brasil. Segundo ele, seria uma forma de pressão para deter o desmatamento e os focos de incêndio na Amazônia.
O governo norueguês detém 67% da Equinor. Até 2018 a empresa se chamava Statoil. Kjenseth é do Partido Liberal, um dos quatro que compõem a base do governo.
A Equinor é uma das principais companhias com operações no setor petrolífero brasileiro, com destaque ao pré-sal da Bacia de Santos e em energia solar.
Considerando o portfólio atual, a expectativa da Equinor é atingir produção de 300 mil a 500 mil barris diários de petróleo em 2030 no país. Hoje produz entre 90 mil a 100 mil barris diários. Para isso, prevê investir US$ 15 bilhões até 2030 no Brasil.
A Equinor é tida como uma das candidatas a disputar o mega-leilão do excedente da cessão onerosa, marcado para o início de novembro e por meio do qual o governo brasileiro espera arrecadar pouco mais de R$ 100 bilhões.
O ministro da Indústria Torbjørn Røe Isaksen declarou que a proposta não irá adiante. "Não é relevante pedir às empresas norueguesas que parem de investir no Brasil. O governo acredita que um boicote econômico é contraproducente. O que precisamos são acordos e obrigações mútuas."
Em nota, a Equinor disse que "não se envolve em questões políticas ou decisões de países. No entanto ressalta que o Brasil é uma das três áreas principais" da empresa.
Fonte: Valor
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