De São Paulo - O governo do Peru quer ampliar as condições de um acordo com o Mercosul para tentar fortalecer serviços e investimentos. O ministro do Comércio Exterior peruano, Eduardo Ferreyros, se reúne hoje em Brasília com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Miguel Jorge. Na pauta, além do Mercosul, estará também uma velha queixa peruana: barreiras sanitárias e a lentidão da burocracia que afetam a venda para o Brasil de alguns itens agrícolas e também de pescados do Peru.
A economia peruana é uma das que mais crescerão este ano na América do Sul. O governo prevê cerca de 8,5%. Alguns analistas apostam em 9%.
O país tem uma das economias mais abertas da região e, sob o governo do presidente Alan García, tem buscado ampliar o número de tratados comerciais.
Em março, entrou em vigor um tratado de livre comércio com a China e, há um ano e meio, com os EUA. Com o Mercosul, o acordo de complementação econômica permite que 99% dos produtos do país entrem no mercado brasileiro sem tarifas.
"Desde que entrou em vigor, a balança comercial favorável ao Brasil tem aumentado muito mais do que em favor do Peru", diz Ferreyros. Neste ano, as exportações brasileiras devem atingir US$ 1,9 bilhão; já as exportações peruanas para o Brasil, US$ 900 milhões.
Um das reivindicações do governo e de produtores peruanos a Brasília é uma maior facilidade sanitária para venda de alguns pescados, além de cebola, quinoa e outros agrícolas para o Brasil.
Entre janeiro e agosto, as exportações agrícolas peruanas cresceram 72% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$ 456,8 milhões. Açúcar e café lideram a pauta.
Ferreyros esteve ontem em São Paulo para a abertura da Expo Peru - evento que vai até domingo e que trouxe 90 empresas do país, entre exportadores e do setor de serviços. "Nosso objetivo é fortalecer essa relação bilateral", diz o ministro. Mas para além do comércio de bens - coberto pelo acordo com o Mercosul - Lima quer que os investimentos e o setor de serviços também tenham condições especiais na relação com o bloco.
O ministro acredita que entrega da rodovia Transoceânica, prevista para dezembro ou janeiro, abrirá um novo mercado para o turismo regional rodoviário, que poderia ser beneficiado com uma ampliação do acordo com o Mercosul.
Os principais parceiros comerciais do Peru são EUA, China e União Europeia. O país negocia atualmente um acordo com oito países dos dois lados do Pacífico, que inclui, entre outros, Austrália, EUA, Chile e Cingapura.
Fonte: Valor Econômico
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