RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras ainda não recebeu nenhuma parcela da PDVSA referente à sua participação na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, que por este motivo está sendo construída unicamente pela estatal brasileira. Em novembro, a PDVSA se comprometeu a fazer até dezembro um aporte inicial de 300 milhões de dólares para iniciar uma sociedade com a Petrobras no empreendimento, referente a 40 por cento dos gastos iniciais da obra, o que não ocorreu. "Não teve nenhum comunicado oficial sobre esse pagamento", afirmou o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ao ser perguntado se a empresa efetuou o pagamento. "Eles precisam também assumir 40 por cento do total do empréstimo de 9 bilhões de reais que fizemos no BNDES para construir a refinaria", ressaltou o executivo. A refinaria Abreu Lima foi objeto de conversas entre Brasil e Venezuela desde o início do governo Lula, em 2003, e era atrelada inicialmente a um projeto de exploração da Petrobras de uma bacia na faixa petrolífera do Orinoco, na Venezuela, operação que já foi descartada pela estatal brasileira. Para a PDVSA se tornar sócia, além dos custos iniciais com terraplanagem entre outros, terá que apresentar garantias ao BNDES para pegar os 3,9 bilhões de reais referentes à sua parte no financiamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A refinaria Abreu Lima tem custo total estimado em 23 bilhões de reais e vai processar 230 mil barris diários de petróleo, sendo metade óleo brasileiro e metade venezuelano, de acordo com o projeto original. A previsão é de que a unidade entre em operação em abril de 2012, um ano e um mês depois do previsto. As obras foram iniciadas de fato em 2008. "Estamos tocando a refinaria porque é necessário para o Brasil e para a Petrobras. A PDVSA é muito bem vinda, mas tem que ter o aporte financeiro para assumir sua posição de sócia", explicou Costa. A Abreu Lima faz parte do conjunto de cinco novas refinarias da Petrobras previstas para os próximos anos. As outras serão construídas no Rio de Janeiro (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro-Comperj); Maranhão (Premium I), Ceará (Premium 2) e uma pequena unidade de gasolina no Rio Grande do Norte. (Por Denise Luna) (fonte: Reuters)
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