A Petrobras enxerga a necessidade e a oportunidade de otimizar seu portfólio existente de termelétricas a gás natural, ao mesmo tempo em que avalia “abraçar novas oportunidades”, disse Álvaro Ferreira Tupiassú, gerente geral de planejamento e marketing de gás e energia da Petrobras, em debate sobre o setor elétrico promovido pela GE em parceria com a revista Época Negócios.
“Como uma empresa que tem tanta produção de gás, a termoeletricidade faz parte de sua estratégia”, disse. A estatal, contudo, vê a necessidade de reformulação na regulação do setor. Um dos pleitos da Petrobras, por exemplo, é que os leilões de geração não diferenciem energia “nova” e “velha”. Hoje, há regras que limitam a participação de empreendimentos existentes nos certames de contratação de geração.
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“Para o consumidor é a mesma coisa, se não renovar as usinas existentes, vai ter que colocar usina nova no lugar”, disse Tupiassú. Segundo ele, nos próximos 10 anos, muitas termelétricas existentes no país terão que passar por modernizações nas máquinas. “E o capital investido é alto quando comparado com uma nova usina”, disse.
Para o representante da Petrobras, para que o mérito dos empreendimentos seja avaliado corretamente nos leilões, os novos empreendimentos precisam concorrer com os existentes dentro do mesmo produto. “Isso exigiria mudança na lei, mas é possível implementar isso de maneira infralegal”, disse.
A Petrobras é ainda a favor da abertura do mercado de gás natural no Brasil. Segundo Tupiassú, considerando as termelétricas operadas pela Petrobras e as que tem gás fornecido pela companhia, a estatal tem um “market share” de 80% no país. Com a abertura do mercado, esse percentual tende a cair para um nível menor nos em até cinco anos.
Fonte: Valor