O mercado consumidor brasileiro foi visto como uma grande oportunidade para o desenvolvimento da exploração de petróleo por parte da Petrobras, segundo o diretor de Exploração e Produção da companhia, Guilherme Estrella. Ele considerou “absolutamente ridículo” um país como o Brasil consumir apenas 2 milhões de barris por dia. Mas isso faz também, segundo o diretor, com que o país tenha um “grande cenário” pela frente, principalmente no desenvolvimento da indústria local, com aumento do conteúdo nacional.
“Um fato histórico é que as grandes hegemonias econômicas são baseadas em alianças entre os estados nacionais e as empresas efetivamente nacionais”, disse Estrella, em referência à política de desenvolvimento da indústria local.
Ele que a companhia tem estratégia em relação ao conteúdo e tecnologias nacionais, com desafios de atender o conteúdo e tecnologias nacionais dos contratos de concessão, da cessão onerosa e de partilha de produção.
“A grande oportunidade é provida pelo mercado brasileiro. Essa ligação de tamanho de mercado com desenvolvimento econômico é essencial. Quando países não têm mercado buscam mercado, historicamente. O Brasil não precisa disso, nós temos um mercado interno”, disse.
Os investimentos totais da Petrobras para o período entre 2011-2015 devem chegar a R$ 389 bilhões, sendo que a distribuição dos investimentos em exploração e produção será de R$ 210 bilhões, sendo 17% para exploração e 72% para o desenvolvimento da produção, além de 11% em outras áreas. A natureza do capital nos investimentos é de 66% de controle estrangeiro e 34% de controle nacional. Com previsão de câmbio médio a R$ 1,73 para o dólar.
A Petrobras teve 35 unidades de produção implantadas de 2003 a 2010. A expectativa é de que 21 unidades de produção sejam implantadas até 2015, além de mais 30 unidades nos cinco anos seguintes.
Já em relação à construção de sondas de perfuração, são previstas 40 unidades de navios-sonda e plataformas semi-submersíveis para operação em águas profundas e ultra-profundas. As 12 primeiras foram obtidas através de licitação internacional, com recebimento até 2012. E as 28 seguintes serão construídas no Brasil e operadas por empresas brasileiras, sendo que sete já foram contratadas e 21 estão em processo licitatório, com recebimento entre 2016 e 2020 e conteúdo nacional de 55% a 65%.
O terceiro plano de renovação e expansão da frota (Promef 3) prevê mais 146 embarcações de médio e grande porte para a Petrobras, com recebimento entre 2012 e 2018, das quais 40 já foram contratadas, e mais 31 embarcações de pequeno porte já contratadas. O conteúdo nacional exigido na fase de construção é de 50% a 60%, e conteúdo nacional durante a execução do contrato é de 70%.
Fonte: Valor
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