A Petrobras desembarcou oito trabalhadores que apresentaram sintomas semelhantes aos da Covid-19 de uma plataforma de produção de petróleo neste fim de semana. A medida foi tomada por recomendação médica, seguindo protocolos para reduzir os riscos de contágio em suas operações.
A empresa diz que está monitorando as pessoas que tiveram contato com eles e continuam embarcadas. A estatal não informou, porém, quantos tripulantes estavam na unidade, chamada P-67. Na quinta (19), a companhia afirmou que estava reduzindo o efetivo desse tipo de unidade.
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A P-67 é uma das nove plataformas instalada no campo de Lula, o maior produtor de petróleo do país, a cerca de 250 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro. O transporte dos trabalhadores entre a unidade e o continente é feito de helicóptero.
O protocolo adotado pela Petrobras determina que os trabalhadores que apresentarem qualquer sintoma relacionado ao coronavírus são imediatamente desembarcados e passam a ter o quadro de saúde acompanhado em terra.
"Mesmo em caso de sintomas que não configurem quadro clínico para coronavírus, a Petrobras pode optar pelo desembarque preventivamente", disse, em nota, a estatal.
Em documento protocolado na SEC, o órgão regulador do mercado de ações norte-americano, a companhia cita a saúde de seus trabalhadores como um dos riscos que a pandemia de coronavírus pode trazer às suas operações.
"As epidemias de saúde pública como o surto de coronavírus (Covid-19) podem causar restrições à saúde de nossa força de trabalho e, portanto, impactar a operação de algumas de nossas instalações", escreveu a estatal.
Entre as medidas adotadas pela empresa, está a redução ao mínimo necessário do efetivo em suas plataformas de produção de petróleo no mar e o estabelecimento de um período de pré-isolamento de sete dias antes dos embarques.
Esses primeiros dias serão cumpridos em um hotel, para avaliação de saúde. Nos aeroportos que têm voos para as plataformas, a temperatura dos trabalhadores está sendo medida antes do embarque nos helicópteros.
Com o pré-isolamento, a escala de embarque mudou, passando de 21 para 28 dias embarcado, com 14 de folga. A mudança foi criticada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros). "Em tempos de uma inédita pandemia letal, a Petrobras quer que os petroleiros abandonem pais idosos e filhos pequenos por 28 dias", diz a entidade.
Fonte: Folha SP