Cem mil novos acionistas pessoa física. Foi o que a Petrobras ganhou com a capitalização realizada em setembro passado. Deste total, 14 mil são empregados da estatal. Os números são do gerente de investidor individual da Petrobras, Paulo Maurício Campos, que esteve em Vitória participando da feira Expo Money.
Hoje, a estatal possui cerca de um milhão de investidores pessoa física, sendo 500 mil nas corretoras, 90 mil cotistas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e 410 mil em fundos exclusivos.
"O peso dos investidores individuais foi muito importante nessa capitalização, basta ver a quantidade de novos acionistas individuais que a companhia ganhou. Somos uma das poucas empresas que possuem uma gerência voltada para os investidores individuais, tamanho é o peso desse pessoal".
Com o objetivo de investir US$ 224 bilhões até 2014, a companhia aumentou, por meio da capitalização, a oferta de ações no mercado e conseguiu captar US$ 70 bilhões (R$ 119 bilhões).
Com relação à desvalorização sofrida pelas ações da Petrobras no ano - fecharam ontem em R$ 26,19. Em maio, chegaram a custar R$ 36,66 -, Paulo Campos diz não entender o movimento do mercado. "A companhia é sólida e a produção só faz crescer. Não faz sentido toda essa queda. A única explicação plausível que consigo enxergar é a vontade de desvalorizar para poder comprar mais barato na capitalização. Não existe outro motivo".
O executivo aproveitou a oportunidade para vender o peixe da Petrobras. "É uma boa opção de compra, é uma empresa que tem tudo para crescer. Fizemos agora essa capitalização, temos um ousado plano de negócios e a ideia é manter o crescimento da produção em 9% ao ano até 2014. No médio e longo, é um belo investimento", sublinhou Campos.
Para quem está pensando apenas no curto prazo, vai um aviso. "Sempre existe a possibilidade de uma oscilação ou outra quando olhamos diariamente para o preço da ação, afinal há interferências políticas e econômicas. O que sempre pode acarretar prejuízos. Por esse motivo é que sempre recomendo um foco no médio e longo prazo".
Tupi vai produzir 50 mil barris
O gerente executivo para a área do pré-sal da Petrobras, José Formigli, disse ontem que o FPSO (navio-plataforma) Angra dos Reis, que vai iniciar produção amanhã na área de Tupi, na Bacia de Santos, tem previsão de em 2011 produzir em média 50 mil barris, devendo atingir um pico de 70 mil barris por dia até o final de 2011, podendo até chegar a 75 mil bpd. A unidade só vai atingir sua capacidade máxima de 100 mil barris por dia em 2012. Segundo ele, em 2010, a perspectiva é de conectar apenas dois dos seis poços previstos para serem ligados à plataforma. Isso deve ocorrer pela impossibilidade de escoamento do gás natural produzido na área, enquanto não for concluído o gasoduto ligando a unidade de processamento à cidade Taubaté. Indagado sobre o aspecto político da decisão de inaugurar esta semana a unidade - já que antecederá o segundo turno das eleições -, Formigli apenas comentou que não faria sentido adiar o início da produção. "Só se tivesse havido algum atraso e a conjunção técnica não fosse favorável; mas estamos dentro do cronograma e nos esforçando para colocar em produção este sistema o quanto antes. É uma operação que envolve centenas de pessoas", rebateu.
Estatal acha reserva gigante em Sergipe
A Petrobras anunciou ontem a descoberta de uma nova fronteira petrolífera no país, em águas ultraprofundas no litoral de Sergipe. Segundo a empresa, o primeiro poço perfurado na região encontrou volumes de petróleo superiores a qualquer descoberta já feita na região.
A empresa, porém, diz que é cedo para falar no potencial da região. No primeiro poço, encontrou "dezenas de milhões de barris". A descoberta foi comemorada pela empresa por tratar-se de uma área com características geológicas semelhantes às encontradas na Bacia de Campos, maior produtora de petróleo do País, que tem a maior parte de suas reservas em rocha chamada turbidito.
"A Petrobras é reconhecida como empresa de águas profundas e fez escola nos turbiditos da Bacia de Campos", comentou o gerente executivo de exploração da Petrobras, Mário Carminatti. A descoberta de petróleo anunciada ontem fica no bloco exploratório SEAL-M-426, a 58 quilômetros da costa de Sergipe.
Apesar da pouca distância, a lâmina d´água (distância entre a superfície e o fundo do mar) na área é de 2,34 mil metros, maior do que a de Tupi, na Bacia de Santos, que gira em torno dos 2,1 mil metros. O poço ainda está sendo perfurado, em busca de objetivos mais profundos.
Além da semelhança geológica com a Bacia de Campos, a Petrobras se animou com a qualidade do óleo encontrado no poço, que é do tipo leve, semelhante ao do pré-sal, com maior valor de venda no mercado internacional.
A Petrobras é hoje importador de petróleo leve, que mistura ao pesado óleo nacional para maior produção de diesel em suas refinarias. Sergipe tem hoje pequena produção de petróleo no mar, na casa dos 8 mil barris por dia, em campos em águas rasas. O único campo produtor em águas profundas na região é Piranema, localizado em uma lâmina d?água de 800 metros, a 90 quilômetros da nova descoberta.
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Fonte: A Gazeta (ES) Vitória/Abdo Filho
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