A Petrobras pretende trabalhar com metas "mais desafiadoras" de redução de custos para 2020, disse a diretora financeira e de relações com investidores da companhia, Andrea Marques de Almeida. Ela destacou que a petroleira se prepara o aumento da competição que terá pela frente no mercado de refino e trabalha para voltar ao posto que "ela merece" e ser reconhecida novamente como uma empresa com grau de investimento pelas agências de classificação de risco.
"Vamos ter metas mais desafiadoras para o ano de 2020. Sabemos que precisamos disso [corte de custos] para transformar a Petrobras numa empresa mais competitiva e capaz de competir não só no mercado internacional, como também no local, onde estaremos abrindo vários negócios para sermos mais competitivos, como é o caso do próprio refino", disse Almeida, em entrevista à XP Investimentos, em referência ao compromisso assumido junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para venda de oito de suas 14 refinarias, no Brasil.
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A Petrobras anunciou neste ano um plano de resiliência, com previsão de redução de custos da ordem de US$ 8,1 bilhões até 2023, com base em cortes de gastos com pessoal e de despesas discricionárias (como publicidade e patrocínios) e economias derivadas da otimização do uso de prédios administrativos. Além disso, a estatal também pretende obter ganhos com a transformação digital.
"Todas as empresas de commodities, sejam elas mineradoras ou de petróleo e gás, têm uma receita que é volátil. O que elas têm que fazer e vêm fazendo ao longo do tempo é reduzir custos de uma forma sustentável", defendeu.
Andrea destacou que o corte de despesas é um dos pilares para a desalavancagem da companhia, ao lado dos desinvestimentos e do aumento da geração de caixa próprio e gestão da dívida.
"O mercado já está reconhecendo o crédito da Petrobras como um crédito melhor. Sabemos que, para chegar ao grau de investimento, ainda falta alguma coisa, mas o crédito já está reagindo, porque a qualidade de credito da empresa está melhorado. Queremos, num horizonte maior, se o Brasil ajudar, e o país está chegando lá, de novo virar uma empresa de grau de investimento", afirmou.
A petroleira perdeu o seu grau de investimento em 2015, em meio à queda dos preços do petróleo e dos desdobramentos da Lava-Jato e da crise fiscal da União.
Fonte: Valor