A necessidade de tornar os campos do pré-sal produtivos nos próximos anos e de ampliar a produção e refino de petróleo impulsionou as 32 empresas do grupo Petrobras a acelerar a execução dos projetos de investimento e a movimentar a cifra recorde de R$ 74,79 bilhões em 2010. Esse montante ficou 18% maior que o registrado em 2009 e representou 86% do investimento previsto pela companhia no ano passado. Para este ano, a Petrobras possui uma carteira de R$ 90,32 bilhões.
A maior parte dos recursos foi destinada à contratação e construção de plataformas, perfuração e interligação de poços para o sistema piloto de produção de Tupi, à refinaria Abreu Lima (porto de Suape, em Pernambuco), ao complexo do Comperj, à ampliação da frota de navios petroleiros, à revitalização de estaleiros e à aquisição de sondas. Também foram feitos investimentos na perfuração de poços de exploração de gás natural e na ampliação de gasodutos.
Do total dos recursos utilizados, os projetos para a ampliação e oferta de petróleo e gás concentraram R$ 35,87 bilhões. As ações para ampliação de refino ficaram com R$ 18,58 bilhões e os programas de ampliação da oferta de gás, com R$ 4 bilhões. No exterior, a Petrobras investiu R$ 4,70 bilhões.
Os dados são do Ministério do Planejamento e mostram que o salto da Petrobras na capacidade de execução de investimento ocorreu entre 2008 e 2009, quando a companhia começou a gerenciar valores mais elevados que os orçamentos anteriores.
Enquanto a estatal do petróleo avança na movimentação de cifras cada vez mais altas, a Eletrobras exibe certa dificuldade. O orçamento de investimento das 15 empresas federais do setor elétrico aumentou, mas não nos níveis da Petrobras. No ano passado, o grupo Eletrobras investiu R$ 5,22 bilhões, praticamente o mesmo montante de 2009. Em termos de execução, houve recuo. Enquanto em 2009 os investimentos da Eletrobras atingiram 75,3% do total, no ano passado esse percentual baixou para 65%.
O melhor desempenho de 2010 ficou com Furnas, que planejou movimentar R$ 1,6 bilhão e realizou R$ 1,24 bilhão. A Eletronuclear, que detinha R$ 1 bilhão, não utilizou nem a metade, encerrando o ano com R$ 498 milhões. A Chesf, também com R$ 1 bilhão, usou R$ 789 milhões.
Até o fim do ano passado a Eletrobras ainda possuía a obrigação de ajudar o governo federal a cumprir a meta de superávit primário. No fim de 2010 essa obrigação, que é um elemento inibidor dos investimentos, foi revogada, como anteriormente havia sido feito para a Petrobras.
Essa medida deverá auxiliar progressivamente as estatais do setor elétrico a melhorar a execução dos programas. Para 2011, o grupo Eletrobras possui uma carteira de R$ 9,11 bilhões frente aos R$ 8 bilhões de 2010.
As principais obras do setor elétrico em andamento no ano passado foram tocadas pelas estatais federais em parceria com a iniciativa privada. Entre essas obras constam a construção da usina termonuclear Angra 3 e das hidrelétricas de Santo Antônio (Rondônia), Jirau (Rondônia), Simplício (Minas Gerais e Rio de Janeiro), Dardanelos (Mato Grosso) e Ribeiro Gonçalves (Piauí e Maranhão). Além dessas usinas, as companhias executam vários projetos de ampliação de linhas de distribuição.
Fonte:Valor Econômico/Luciana Otoni | De Brasília
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