A Petrobras informou nesta quinta-feira (5) a previsão de alcançar, ainda este ano, a meta de redução da dívida bruta antes prevista para 2022. Com isso, também prevê remunerar mais os seus acionistas por meio da distribuição de dividendos.
"A gente acredita que, mantidas as condições atuais, a gente conseguirá atingir a meta de US$ 60 bilhões mais próximo do fim do ano", afirmou o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo, durante coletiva de imprensa para comentar o balanço financeiro da companhia.
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Na véspera, a companhia informou ter obtido lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre deste ano. O resultado superou a estimativa de analistas, permitiu a antecipação do pagamento de remuneração aos acionistas e fez as ações da estatal dispararem na Bolsa de Valores nesta quinta-feira.
Araújo afirmou que a Petrobras será, ao longo dos próximos meses, ainda mais seletiva ao antecipar o pagamento de suas dívidas, com foco em gerar maior valor para os acionistas e sociedade.
"Quanto mais a companhia mostra os resultados, os papeis dela se valorizam e se torna mais caro fazer a recompra destes títulos, que é o que permite a redução da alavancagem. Cada vez mais, ao longo do segundo semestre, a gente vai buscar equacionar para fazer esses pré-pagamentos no melhor momento possível, ao menor custo e gerando mais valor", destacou o diretor financeiro.
A Petrobras encerrou o segundo trimestre deste ano cm uma dívida bruta de US$ 63,7 bilhões, o que representa uma redução de US$ 27,5 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado. e de aproximadamente US$ 4 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2021.
O diretor financeiro da estatal enfatizou que a expressiva redução da dívida associada às perspectivas de resultados e geração de caixa nos próximos meses foi o que permitiu antecipar a remuneração aos acionistas referente ao ano.
Pela manhã, durante teleconferência com analistas e investidores do mercado, o presidente da Petrobras Joaquim Silva e Luna já havia adiantado a previsão de alcançar a meta de redução da dívida ainda este ano e, com isso, oferecer maior remuneração aos acionistas.
"Seguiremos a trajetória de sustentabilidade financeira, geração de valor e desalavancagem", afirmou o presidente da petroleira.
Auditoria do TCU não interfere no plano de desinvestimentos
Durante a coletiva de imprensa, o diretor financeiro da Petrobras Rodrigo Araújo afirmou que a companhia continua comprometida com o processo de desinvestimentos e minimizou a análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou risco de desabastecimento de combustíveis diante da venda de ativos da companhia.
O relatório do TCU também apontou que a venda de ativos da petroleira coloca em risco o desenvolvimento e a reorganização do mercado de refino de petróleo no Brasil. As conclusões foram fruto de uma auditoria operacional realizada pelo órgão federal para verificar como o governo federal tem atuado para reorganizar o mercado nacional de refino diante dos desinvestimentos da estatal.
Questionado sobre as análises do TCU, Araújo afirmou que a Petrobras continua comprometida "com o nosso movimento de abertura tanto do mercado de refino quanto de gás natural".
O executivo enfatizou que o TCU não fez uma auditoria do processo de desinvestimentos da estatal e que considera como "algo natural" a preocupação do ambiente regulatório diante da abertura de um mercado tão competitivo.
"É parte de um movimento saudável de abertura do mercado", disse Araújo a respeito da avaliação do TCU.
Fonte: G1