A Petrobras não assistirá passivamente a disputa de grupos privados no mercado de etanol brasileiro. Esse foi o recado dado nesta terça-feira (30) pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em evento promovido pelo Lide. "Já criamos a Petrobras Biocombustível, que está comprando participações para produzir etanol e vai construir usinas de produção de etanol. Vamos competir", afirmou Gabrielli, após brincar com José Carlos Grubisich, presidente da ETH Bioenergia, também presente no encontro.
A ETH foi uma das companhias do setor a se unir a uma concorrente para fortalecer a presença no ainda pulverizado mercado de etanol do País. No mês passado a companhia controlada pela Odebrecht formalizou uma fusão com a Brenco, dando origem ao maior grupo global de etanol proveniente de cana de açúcar. Dias antes, a Shell oficializou um acerto para se unir à Cosan nesse mercado. Outras operações, como a compra da Equipav Açúcar e Álcool pela indiana Shree Renuka Sugars e do grupo Moema pela Bunge, reforçam a indicação de que a concorrência local deve ser intensa.
A favor da Petrobras está, além do porte da estatal, que poderia adquirir ou se unir a concorrentes, a representatividade da companhia em projetos de infraestrutura, incluindo o fornecimento de etanol. "Temos uma empresa, a PMCC (fusão entre Petrobras, Mitsui e Camargo Corrêa) que está com projeto para construir um grande alcoolduto que ligará Goiás aos portos de São Paulo. Esse alcoolduto criará um corredor logístico que vai reduzir o custo do transporte do etanol brasileiro", destacou Gabrielli, que também a enalteceu a participação da companhia no mercado de biodiesel.
O presidente da Petrobras lembrou ainda que a companhia tem orçamento de US$ 2,8 bilhões entre 2009 e 2013 para investir na aquisição de participações em usinas existentes e na construção de novas usinas.
Fonte: Jornal do Commercio/RS/Agência Estado
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