Os contratos futuros de petróleo fecharam esta terça-feira (12) em alta, encontrando suporte nas esperanças de que a queda nos níveis de produção e uma recuperação gradual da demanda voltem a impulsionar os preços.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), os preços do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em junho encerraram o dia em alta de 6,79%, negociados a US$ 25,78 o barril. Já os contratos futuros do Brent para julho fecharam em alta de 1,18%, aos US$ 29,98 o barril, na ICE, em Londres.
"O petróleo está de volta ao modo de recuperação, já que os investidores têm obtido algumas garantias de que grandes cortes de produção estão a caminho", afirmou Phil Flynn, analista de mercado sênior do Price Futures Group.
Cortes na produção
A Arábia Saudita prometeu cortar um milhão de barris adicionais por dia em junho, além de seu comprometimento com as reduções do acordo de cortes de produção entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep +), incluindo a Rússia.
Enquanto isso, a Reuters informou hoje que a Opep + quer estender seus cortes de produção de petróleo existentes para além de junho, citando quatro fontes do cartel. O acordo entre o grupo de produtores previa reduções na produção de 9,7 milhões de barris por dia entre maio e junho.
A produção de petróleo saudita para junho, com o acordo de corte de produção da Opep + e os cortes voluntários, totalizará 7,492 milhões de barris por dia, informou a Agência de Imprensa Saudita, na segunda (11).
O Kuwait e os Emirados Árabes Unidos também afirmaram que ofereceriam apoio ao movimento saudita, reduzindo a produção em 80 mil barris e 100 mil barris por dia, respectivamente, em junho.
"Agora chega a notícia de que a Rússia está progredindo para fazer reduções", disse Flynn, em nota diária.
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Como parte do acordo da Opep +, a Rússia reduziu sua produção de petróleo e gás condensado para 9,45 milhões de barris por dia, de 1º a 11 de maio, de uma média de 11,25 milhões de barris por dia em abril, informou também a Reuters hoje, citando fontes familiarizadas com os dados.
Os cortes dos sauditas não devem ser menosprezados pelo mercado, disse Bjornar Tonhaugen, diretor de mercados de petróleo da Rystad Energy, em um comentário diário do mercado. Mais cortes de produção são "um indicador positivo para o mercado, que recebe as notícias como um leve alívio para o excesso de oferta que está enfrentando".
"Não é que os novos cortes sejam suficientes para reequilibrar o mercado, longe disso, eles são suficientes para amenizar o desequilíbrio a níveis mais gerenciáveis ??em junho e provavelmente evitar o colapso no armazenamento terrestre", disse ele.
Aumento da demanda
Os investidores também estão procurando sinais de que a retomada da atividade econômica, após a flexibilização das medidas de restrição, está começando a aumentar a demanda por gasolina e petróleo.
Dados divulgados nesta terça mostraram que os preços ao consumidor nos EUA caíram 0,8% em abril, pressionados por uma queda nos preços da gasolina na bomba.
O petróleo ainda poderá encontrar mais apoio se os dados do Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês), que serão divulgados hoje, mostrarem um declínio nos estoques no centro de distribuição em Cushing, Oklahoma, disse Eugen Weinberg, analista do Commerzbank. em uma nota diária divulgada hoje.
Além disso, a Administração de Informações de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês) publicará novas projeções sobre a produção de petróleo no país ? que provavelmente mostrará uma revisão negativa ?, em vista de um declínio acentuado na atividade de perfuração e cortes de produção anunciados por várias empresas de petróleo, afirmou Weinberg.
O relatório mensal de petróleo da EIA deve ser entregue nesta terça e seus dados semanais sobre petróleo serão divulgados amanhã.
Os analistas consutlados pelo "Wall Street Journal" esperam que os dados da EIA apontem uma alta de 4,7 milhões de barris nos estoques semanais de petróleo no país, além de um recuo de 2,3 milhões de barris nos estoques de gasolina.
Fonte: Valor