A consultoria Empiricus afirma que a questão básica na Petrobras não é, apenas, a corrupção, mas diz que o problema efetivo é estrangulamento da estrutura de capital. Lembra que projetos feitos com o barril de petróleo a US$ 110 têm de ser reavaliados, já que a cotação caiu à metade. Cita que a estatal gerou R$ 62,2 bilhões com suas operações em 2014, mas consumiu R$ 85,2 bilhões em investimento, e o serviço da dívida trouxe resultado financeiro líquido negativo de R$ 3,9 bilhões.
“Estão queimando o caixa”, afirma, citando que, de 2010 a 2014, a estatal só apurou fluxo de caixa positivo em quatro de 28 trimestres. Questiona: “Como vai pagar dívida líquida de R$ 282 bilhões se falta caixa a cada trimestre?”.
Comenta, com propriedade, que vender ativos é insustentável, pois os bens acabam; além disso, menos ativos significam menor capacidade de gerar caixa. Com o mercado em baixa, os ativos seriam vendidos a preço de banana. Conclui que, salvo algo inesperado, a conta vai ser paga pelos acionistas. Recorda que, em 2010, foram emitidas ações a R$ 26,30, que geraram R$ 120 bilhões. “Dinheiro que, como visto, foi queimado”. Resta torcer para melhoria da gestão empresarial.
Fonte:Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
PUBLICIDADE