Os preços do petróleo aprofundaram as perdas nos últimos minutos de negócios da sessão regular desta quinta-feira (26) e fecharam em queda consistente, devolvendo boa parte da alta que registraram durante a semana. Analistas apontam que o tema da guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita não foi abordado durante a reunião do G-20, o que frustrou os investidores.
Os contratos futuros do Brent para maio fecharam em queda de 2,88%, negociados a US$ 26,34 o barril na ICE, em Londres, enquanto os futuros do WTI para o mesmo mês caíram 7,71%, a US$ 22,60 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
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Os investidores do mercado de petróleo têm se deparado com um cenário ruim tanto do lado da oferta quanto da demanda pela commodity. Após as negociações entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados terem fracassado, a Arábia Saudita — líder de fato do cartel — e a Rússia entraram em uma guerra franca de preços, ampliando sua produção.
Do lado da demanda, os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia global têm reduzido a procura pela commodity, adicionando pressão aos preços.
Neste cenário, era esperado que os Estados Unidos exercessem pressão sobre a Arábia Saudita durante a conferência dos países do G-20 hoje, com a finalidade de por fim à guerra de preços.
Ainda, segundo a Fox Business, o Departamento de Energia dos EUA descartou um plano de compra de petróleo doméstico para sua Reserva Estratégica de
Petróleo, depois que o financiamento não foi incluído no pacote de estímulo de US$ 2 trilhões, aprovado pelo Senado na noite de quarta (25).
Por isso, o movimento de queda foi mais acentuado na referência americana do que no da referência global. No ano, os preços do petróleo já recuaram aproximadamente 60%. Na semana, a queda é de cerca de 3% para ambas as referências.
Fonte: Valor