Os preços do petróleo tiveram forte alta na sessão e encerraram o dia no maior valor de fechamento do mês de junho. As tensões acirradas no Oriente Médio, após o Irã ter abatido um drone militar dos EUA no Estreito de Ormuz, elevam as preocupações sobre um conflito armado em uma das principais regiões produtoras de petróleo do mundo.

Os contratos futuros do Brent para agosto encerraram a sessão em alta de 4,31%, negociados a US$ 64,45 o barril, na ICE, em Londres. Já os preços do WTI para julho subiram 5,37%, na maior valorização diária de 2018, para US$ 56,65 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

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A Guarda Revolucionária Iraniana disse mais cedo ter derrubado um drone americano em seu território. Isso aconteceu horas após os Estados Unidos terem afirmado que uma usina de dessalinização da Arábia Saudita foi atingida por um míssil que parecia vir do Iêmen.

“Este acontecimento reforça o temor de que o Irã e os EUA ingressem em conflito militar, que teria consequências sérias para o preço da energia”, diz Phil Flynn, da Price Futures, em Chicago. “Existem muitas atividades perigosas em curso no Estreito de Ormuz, a via marítima mais importante do mundo para o petróleo”, acrescenta o analista.

Após o episódio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em seu Twitter que o "Irã havia cometido um grande erro". A mensagem elevou ainda mais as tensões dos investidores, fazendo acelerar os contratos futuros da commodity. Mais tarde, no entanto, Trump baixou o tom e sugeriu que o ato iraniano não foi intencional. "Alguém relaxado e estúpido foi o responsável", afirmou. "É difícil acreditar que o Irã teve a intenção", completou.

“O mercado não estava precificando as tensões do Oriente Médio por um tempo, mas agora as crescentes tensões entre Irã e Estados Unidos, e Irã e Arábia Saudita, voltaram ao centro das atenções”, afirma Warren Patterson, estrategista de commodities do ING.

Fonte: Valor