São Paulo - O diretor Executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, afirmou ontem que a mineradora pretende investir mais de US$ 1 bilhão em seus projetos siderúrgicos este ano. Somados, os valores previstos nos atuais empreendimentos para a produção de aço no País podem chegar a US$ 22 bilhões.
Inseridos nessa previsão de aportes estão todos os projetos de que a Vale participa, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) -sociedade com a alemã ThyssenKrupp-, a Aços Laminados do Pará (Alpa), Companhia Siderúrgica de Pecém e até mesmo a Companhia Siderúrgica Ubu (CSU), no Espírito Santo. Aliás, este último projeto, segundo o executivo, está mantido, mesmo com a desistência da ArcelorMittal de entrar no empreendimento como acionista majoritário tendo a Vale como sócia, modelo este que a mineradora utiliza em todas as suas iniciativas neste setor.
No total, os projetos vão adicionar capacidade de produção de 18,5 milhões de toneladas de placas. Martins destacou que ao investir em produção de aço, o risco de exportação é minimizado, pois os projetos nascem com garantia de mercado.
Ainda de acordo com o executivo, a busca de um parceiro para o projeto siderúrgico de Ubu deve recomeçar em breve. "Todos os nossos investimentos em siderurgia estão sendo rentáveis e deram retorno para os acionistas", afirmou ele. O executivo-chefe da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista Filho, afirmou ontem pela manhã que as negociações com a Vale haviam se encerrado para o projeto de Ubu. O projeto, orçado em US$ 6 bilhões, terá capacidade de produzir 5 milhões de toneladas de chapas de aço. Esse projeto é uma versão reduzida de uma fábrica com capacidade de produção de 10 milhões de toneladas por ano que a Vale tinha planejado originalmente com a chinesa Baosteel que não conseguiu obter licença ambiental e que também desistiu da sociedade.
ThyssenKrupp
O presidente da ThyssenKrupp Steel Americas, Hans Fischer, afirmou ontem em São Paulo que a empresa foca seu crescimento na América do Norte e América do Sul e que não vê o mercado europeu como atrativo para produzir aço.
No Brasil, a empresa é parceria da Vale na CSA, com capacidade de produção de 5 milhões de toneladas. Segundo o executivo, essa siderúrgica já está operando com 80% da capacidade. Essa produção é exportada para os Estados Unidos, onde há possibilidade de ganhar participação na venda de aço para a indústria automotiva e de máquinas e componentes. Para ele os problemas financeiros na Grécia, em Portugal e na Espanha prejudicarão os negócios no segmento de aço por anos.
Fonte: DCI/Caio Luiz/AE
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