Enxugamento é visto como 'diminuto'
A política industrial do governo Dilma pode promover uma desoneração superior a R$ 45 bilhões em quatro anos, entre 2012 e 2015.
O valor, considerado "diminuto" por técnicos do governo, equivale a um pouco mais da metade da arrecadação mensal da Receita, que neste ano tem ficado na média em R$ 70 bilhões.
O valor da desoneração, que atingirá sobretudo exportações, depende da palavra final da presidente Dilma Rousseff, que deve discutir a nova versão da política industrial, que pode ser batizada de "Brasil Maior", em reunião agendada para amanhã.
Segundo assessores do Planalto, a falta de espaço fiscal levou o governo a focar as medidas em setores com capacidade de recuperação imediata na exportação de manufaturados, como máquinas, têxteis e calçados. E acabou sacrificando alguns fundos sob análise, voltados para a inovação. Entre eles, os do setor automotivo e financeiro.
Ontem, equipes do BNDES e dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia reuniram-se para fechar a proposta.
O impasse era o montante do corte de imposto para beneficiar a indústria e investir em inovação tecnológica.
A Fazenda alegava que era impossível fazer algo muito ambicioso diante da necessidade do ajuste fiscal para combater a inflação.
Os demais ministérios ainda têm a expectativa de elevar um pouco o tamanho da desoneração de impostos.
O governo irá manter a isenção de IPI em caráter permanente para o setor de bens de capital visando aumentar a taxa de investimento brasileira. A meta é fazê-la subir dos 18,4% do PIB (em 2010) para 24% em 2015.
Fonte: Folha de São Paulo/VALDO CRUZ/NATUZA NERY/DE BRASÍLIA
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