Sebrae e Centro Internacional de Negócios identificaram oportunidades para pequenas empresas no exterior
Dois países que passam por uma crise econômica complicada, mas que representam o sonho de toda e qualquer empresa que pretende ingressar no mercado internacional. Espanha e Portugal são mercados promissores e altamente competitivos. Para entrar na rota de exportação dessas duas potências é preciso atender a critérios específicos, além de muitas exigências.
Para desmitificar as dificuldades de acesso dos produtos cearenses, do segmento de alimentos e bebidas, e das empresas de pequeno porte a esses mercados, o Sebrae/CE e o Centro Internacional de Negócios da Fiec prospectaram os dois países. O resultado desse trabalho foi apresentado ontem pela manhã a empresários do Ceará, na sede do Sebrae.
A consultora Candice Borges, do Sebrae, descreve o mercado português como "extremamente conservador", um desafio que segundo ela precisa ser superado com a adaptação dos nossos produtos ao gosto deles, alto nível de qualidade, parcerias com distribuidores locais para facilitar a questão logística, diversificação de produtos, inovação e ampliação dos prazos de validade dos alimentos fabricados no Estado.
Apesar dos desafios, ela garante que as oportunidades de negócios são maiores no mercado lusitano do que no espanhol. "Portugal tem semelhanças em relação ao Brasil, por ser um país de língua portuguesa. Já a Espanha é mais resistentes aos produtos brasileiros, o que evidencia a necessidade de investimento em promoção comercial nesse mercado", avalia.
Para Marta Campelo, coordenadora do Programa de Internacionalização das MPEs no Ceará, além de promover comercialmente seus produtos lá fora, as micro e pequenas empresas cearenses devem ganhar tempo e aproveitar o momento de crise nos mercados europeu e norte americano para se adequarem às exigências do comércio exterior. "Elas precisam se preparar para competirem no Brasil e no mundo", diz.
A analista do CIN/Fiec, Ana Karina Frota, observa que os consumidores espanhóis são muito fieis as marcas do seu próprio país. Por esse motivo, uma das formas de entrar mais facilmente no mercado espanhol é por meio da utilização da marca branca (própria), que é uma tendência de mercado em toda a Europa, conforme a Associação Madrilena de Empresas de Alimentos. Outra maneira, informa a analista em comércio exterior, é buscar diferenciais que possam agregar valor aos nossos produtos para, desta forma, atrair o interesse do consumidor espanhol.
"Temos que criar a oportunidade para ele comprar e conhecer o nosso produto. Só assim teremos a oportunidade para entrar e ficar no mercado espanhol", defende. Ela cita como exemplo o nosso suco de laranja. "Nós somos produtores de suco de laranja e concorremos com a Espanha nesse produto. O que fazer para convencer o consumidor espanhol a experimentar nosso produto, se ele já conhece o suco que eles próprios fabricam? Uma alternativa seria colocar como brinde em cada embalagem uma miniatura de nosso artesanato, a exemplo das garrafinhas com paisagens de areia colorida", sugere.
Outra dica para conquistar o mercado europeu é honrar os contratos. "Eles não admitem atraso no envio da mercadoria, independente das dificuldades logísticas. O que eles querem é receber o produto em perfeito estado e no prazo, pronto para ir para a prateleira", resume.
O superintendente do Sebrae/CE, Carlos Cruz, destaca que para atender tantos requisitos, as empresas cearenses têm como desafio aprimorar os produtos e os processos utilizados, inclusive na gestão do negócio, além de investir em inovação e se capitalizar, adquirindo crédito compatível com suas respectivas atividades.
Fonte: Diário do Nordeste(CE)/ÂNGELA CAVALCANTE
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