Visita de acionista majoritário da Dongkuk, em fevereiro de 2011, marcará a assinatura oficial do início das obras
A reunião do governador Cid Gomes com o presidente da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Maurício Chu, e o executivo da coreana Dongkuk, Mr. Moon, realizada ontem na residência oficial, definiu os principais encaminhamentos da construção do empreendimento no Ceará. Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Cid anunciou a visita em fevereiro de 2011 do acionista majoritário da Dongkuk, chairman Chang Sae-joo, que irá assinar e oficializar o início da obras de engenharia do empreendimento para o começo do segundo trimestre do ano que vem.
O encontro também serviu para definir a executora da obra, a também coreana Posco, que foi a última a se inserir como acionista do empreendimento. "Eles (investidores) estão com a previsão que venha aqui em fevereiro o dono da Dongkuk para já anunciar e oficializar o contrato de engenharia. Quem vai executar a obra é a Posco", afirmou Cid.
A obra de engenharia, segundo o governador, compreende a finalização da terraplenagem e instalação das fundações do empreendimento. "Já estão trabalhando lá em supressão vegetal. Se você ver lá, é muito serviço. A previsão é de começar as obras de engenharia no segundo trimestre", afirmou.
Outro dado importante revelado pelo governador após a reunião é sobre uma área destinada à siderúrgica que foi incorporada a partir de uma permuta entre a CSP e a MPX, do empresário Eike Batista. "Outras áreas que estamos resolvendo agora. Trata-se de um terreno que a MPX vai permutar com eles (CSP). Nessa área não foi feita a supressão vegetal ainda. Vai haver a troca de uma área que representa um sétimo do terreno da MPX", conta.
Primeira etapa
As obras da siderúrgica do Pecém estão em andamento em sua primeira fase, que consiste popularmente na "limpeza do terreno". "A parte de supressão vegetal está perto de terminar. O terreno que está disponível para eles já está feito em etapas, porque há todo um manual que tem que cumprir, soltar foguete, abrir trincheiras, depois tem que suprimir o tipo de vegetação mais consistente manualmente e notificar tudo isso à Semace, além de fazer balanço de tudo para que seja levado em conta na compensação ambiental. Só depois que se passa o trator", explicou Cid.
A finalização dessa primeira parte, de acordo com Cid, já está próxima de ser concluída. "Sobrevoei a área no início da semana e já estão as fileiras de material que vão ser recolhidos", relata.
De acordo com a assessoria de comunicação da CSP, o processo de terraplanagem deverá ter início em meados do próximo semestre.
Posco
Cid Gomes destacou a entrada oficial da Posco no empreendimento. "Fui formalmente comunicado da inclusão da Posco, que é a maior siderúrgica coreana e uma das maiores do mundo, no empreendimento. Vieram já com memorando de entendimentos em que se define a participação acionária de cada um deles", explica. A participação da CSP se constitui em: 30% da Dongkuk, 20% da Posco e 50% da Vale.
A participação das três empresas, segundo Cid, revela três vocações distintas que casam em um mesmo projeto. "Se você for analisar os sócios, a Vale tem experiência em extração de minérios, a Dongkuk tem experiência em laminação, mas o miolo, que é a siderurgia propriamente dita, nenhuma das duas tinha experiência, e a Posco tem experiência das mais avançadas do mundo", explicou.
Vagas geradas
Segundo Cid Gomes, só na construção, devem trabalhar 15 mil pessoas, e o faturamento com a produção da CSP deve significar algo em torno de 15% do PIB do Estado, atualmente em torno de US$ 65 bilhões.
Para Cid, a laminação, produção com maior valor agregado e com destinação ao mercado interno, também está prevista no projeto da Siderúrgica, além da produção de chapas de aço para a exportação. Para que isso aconteça, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) terá papel fundamental.
Empresa da ZPE
Com a ZPE, 20% da produção anual da siderúrgica, em torno de 1,2 milhão de toneladas de placas de aço poderão ser destinadas ao mercado interno. "A siderúrgica é um projeto voltado para exportação. Por isso é fundamental a questão da ZPE. Estamos trabalhando até 17 de dezembro para constituir a empresa. Depois da formalização, ela já pede a sua participação na ZPE Aí um empreendimento em uma ZPE pode reservar até 20% da sua produção para o mercado interno. Isso quer dizer a CSP poderá laminar aqui 20%, que daria 1,2 milhão de toneladas ano", estima o governador.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/GUSTAVO DE NEGREIROS
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