Cresce o número de empresas que investem em boas práticas para reúso, tratamento de efluentes e educação ambiental voltada para seus públicos internos e externos. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), companhias que combinam o desempenho econômico com o ambiental obtêm redução de custos, aumento de competitividade e fortalecimento da imagem. Além disso, demonstram que é possível não apenas evitar contaminações, mas também recuperar o que foi já foi degradado.
A sueca Electrolux, com cinco plantas no Brasil, é uma das que investem em ações para reduzir o impacto de suas atividades no meio ambiente. A indústria decidiu que até 2014 o consumo de água em suas operações ao redor do globo recuará em 20%, considerando os volumes de 2010. "Controlamos o uso de metro cúbico de água por produto fabricado", diz o coordenador de meio ambiente da empresa, Luís Machado.
Na estratégia da Electrolux, destaca-se o projeto de reúso da água empregada na fabricação de máquinas de lavar roupas, na planta de São Carlos (SP), na bacia hidrográfica do Tietê/Jacaré. Ali, a indústria emprega mais de 2 mil funcionários e fabrica mais de 2 milhões de produtos por ano. Até recentemente, o laboratório de testes de lavadoras consumia 18 mil m³ de água por ano. "Ensaiamos vários modelos o dia inteiro, para testar ciclos, tempo de vida e outros aspectos. Simulamos a lavagem realizada pelo consumidor, com uso de tecidos padrão e detergentes. Toda a água era descartada, sem reaproveitamento", diz Machado.
Hoje, esse consumo foi reduzido em 13 mil m³, ou mais de 70%. A economia no uso de água é de R$ 86 mil por ano. "O que fizemos foi incrementar a filtragem convencional com adição de filtro de areia, que retém fiapos e resíduos e traz a água de volta para o processo", diz.
A reutilização não para por aí. Quando não é mais aplicada no laboratório, a água filtrada segue para nova função, nos vasos sanitários dos banheiros e em 45 pontos de distribuição de água para regar plantas nos jardins. Dois hidrômetros independentes monitoram a água de reuso para banheiros e jardins. Machado explica que, antes do descarte final, a água passa por estação de tratamento, observando as normas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). "Garante-se o grau de pureza que não causa danos aos rios da região", afirma.
A estratégia da Electrolux também inclui educação ambiental para crianças. "Com o programa Educação Para um Futuro Melhor, alunos de escolas públicas e privadas visitam a fábrica para aprender como a Electrolux atua em coleta de lixo, em reúso e tratamento de água e em outras ações em prol do meio ambiente", informa
Fonte: Valor Econômico/Por Ana Lúcia Moura Fé | Para o Valor, de São Paulo
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