Governo do Estado anuncia descoberta de imensos depósitos de fosfato e minério de ferro na região de Mirassol D’Oeste
O governador Silval Barbosa exibe uma amostra da rocha onde foi encontrado um grande depósito de minério de ferro e fosfato: “é o nosso pré-sal”
O governo do Estado anunciou ontem a descoberta de depósitos estimados em 11 bilhões de toneladas em minério de ferro e 450 milhões de toneladas de fosfato, no município de Mirassol D’Oeste. “É o nosso pré-sal”, comemorou o governador Silval Barbosa (PMDB), que fez o anúncio pela manhã, no Palácio Paiaguás.
O depósito de fosfato, utilizado na fabricação de fertilizantes, é suficiente para atender a demanda mato-grossense por aproximadamente 700 anos.
Já o de minério de ferro equivale à reserva de Carajás, no Pará. Um estudo do Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência e Tecnologia estimou a reserva paraense em 13 bilhões de toneladas lavráveis. O teor médio do minério de ferro é de 41%. O teor de fosfato é de 6,5%.
O secretário estadual de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, disse que, com a descoberta, Mato Grosso e o Brasil poderão passar da condição de importadores para exportadores de fosfato.
As reservas de minério de ferro correspondem a mais de um terço do total de 30 bilhões de toneladas do país estimado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) com base em estatísticas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Com as novas reservas, o total projetado salta para 41,5 bilhões de toneladas. “A descoberta é muito importante em relação ao volume de minério de ferro e porque demonstra que estamos conseguindo superar o problema de falta de levantamento geológico no Brasil”, afirmou o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna. Segundo ele, o levantamento geológico existente corresponde a menos de um terço do território brasileiro.
A rocha encontrada é do tipo ritimito, formada por camadas sobrepostas umas às outras. Segundo os pesquisadores, a rocha é aflorante (fica na superfície), tem 52 metros de espessura e área de 70 quilômetros quadrados.
A pesquisa vem sendo realizada há cerca de um ano entre governo do Estado e o Serviço Geológico do Brasil, por meio do projeto Fosfato Brasil. A iniciativa tem o objetivo de ampliar as reservas brasileiras a fim de reduzir a dependência internacional.
O governador Silval Barbosa disse que a segunda fase será a de busca empresas que queiram beneficiar esses minérios e se instalar no Estado, gerando emprego e renda.
A exploração dos depósitos foi requerida pela Global Mine Exploration 4 (GME4), que tem como um dos sócios o banqueiro Daniel Dantas, que foi preso em 2004 pela operação Satiagraha, da Polícia Federal.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) comemorou a descoberta do depósito de fosfato. “Com essa descoberta, o Estado deixa de ser importador e passa a ser exportador", afirmou o presidente da entidade Rui Prado.
Ele calcula que a agricultura de Mato Grosso vai economizar R$ 400 milhões por ano. “Se essa descoberta tivesse acontecido 10 anos atrás, nenhum produtor estaria endividado”, garante.
Quanto à pecuária, além da economia em torno de R$ 200 milhões ao ano, Mato Grosso vai poder recuperar toda área degradada pelas pastagens, tendo um ganho ambiental sem precedente, ao mesmo tempo em que vai aumentar geometricamente a produção de carne. (Com Agência Estado)
Fonte: Diário de Cuiabá/Lenine Martins/Secom
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