Os preços de gás natural praticados pela Petrobras junto às distribuidoras devem voltar a cair em agosto, disse nesta quinta-feira a diretora de refino e gás natural da companhia, Anelise Lara. “O preço da molécula do gás, nos novos contratos, está associado ao Brent [barril de petróleo que é referência global]. E o preço do petróleo caiu muito no mercado, o que fez com que em maio os preços da molécula mais o transporte chegassem a US$ 6, US$ 6,5 o milhão de BTU [unidade térmica britânica]. Agora em agosto esses preços devem cair ainda mais, porque houve uma continuidade na queda do Brent”, afirmou a executiva, durante evento on-line.
Ela destacou ainda que o “estresse” no mercado de gás mundial deve tornar os preços de importação de gás natural liquefeito (GNL) competitivos. A Petrobras reajusta trimestralmente os preços do gás entregue às distribuidoras. Em 2020, esse preço acumula uma queda de 36% em dólar e 15% em reais.
A diretora disse que não falta, atualmente, infraestrutura de escoamento de gás natural no país. Segundo ela, os altos índices de reinjeção de gás nos campos do pré-sal se devem a uma escolha técnica, para aumentar a recuperação de petróleo nesses ativos.
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“O gás do pré-sal possui um teor de CO2 maior que a média. O teor é de 20% a 40% na maioria dos campos. Para evitar que o CO2 seja ventilado na atmosfera, reinjetamos parte do gás. Essa reinjeção é feita também por um objetivo técnico, de aumentar a recuperação dos campos do petróleo de novo. O gás que está sendo comercializado, hoje, é o de fato disponível para ser comercializado”, afirmou a diretora, durante evento on-line “Diálogos da Rio Oil & Gas”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).
Ela destacou que o gasoduto de escoamento Rota 3, em fase de construção, vai ajudar a trazer para o mercado o gás do projeto de Búzios.
Fonte: Valor