As exportações de açúcar da Cosan estão se beneficiando dos atuais prêmios pagos pelo açúcar branco e VHP do Brasil. Mas um alto executivo da companhia admitiu que o gargalo logístico nos portos brasileiros limita os embarques.
"Temos prêmios no branco, prêmios interessantes em cima do VHP, e temos tido a oportunidade de nos apropriar de boa parte disso", declarou vice-presidente da Cosan, Colin Butterfield, que assumiu o comando da divisão Cosan Alimentos no primeiro trimestre.
"Obviamente, gostaríamos de acelerar o máximo possível, mas existem gargalos e limites de capacidade do que a gente consegue levar", completou.
Desde julho, com o Brasil dominando o mercado internacional enquanto outros produtores importantes estão na entressafra, aumentaram as filas de navios nos portos brasileiros, cuja infraestrutura não é suficiente para atender toda a elevada demanda.
Assim, o congestionamento nos portos superou uma centena de navios, e o problema continua em agosto, afetando o setor como um todo, apesar da alta nos preços internacionais do açúcar.
A Cosan notou, em relatório divulgado ao mercado durante a apresentação de um lucro trimestral menor, que o preço do açúcar bruto começou a se recuperar ao final de junho, diante do problema logístico e da demanda forte.
Mas a commotity na bolsa de Nova York ainda apresentou média de 15,53 centavos de dólar por libra-peso no primeiro trimestre fiscal da companhia (entre abril e junho), 5,7% superior ao mesmo período do ano passado, mas 36,7% inferior ao quarto trimestre da safra passada, saltando para 19,57 centavos de dólar por libra-peso ao final de julho.
Logística
A Cosan conta com uma empresa de logística, a Rumo, que está sendo utilizada para aumentar a flexibilidade das exportações de açúcar da companhia neste momento de congestionamento portuário.
"Fomos muito felizes este ano com a nossa estratégia de hedging. Em relação ao físico, estamos trabalhando muito próximo da Rumo para tentar elevar o máximo possível além do planejamento existente", afirmou Butterfield, acreditando que o problema nos portos deverá durar até outubro.
A receita líquida da Rumo, de R$ 105,4 milhões no primeiro trimestre fiscal da companhia, cresceu 168,4% ante o mesmo período da safra passada, como resultado do início da operação de transporte, principalmente através do início do contrato em parceria com a ALL.
Já as vendas de açúcar da Cosan no primeiro trimestre fiscal alcançaram R$ 829,3 milhões, um crescimento de 27,4% na comparação anual, com maiores volumes e preços do produto vendido no mercado interno compensando menores exportações.
A Cosan optou por recompor estoques, esperando preços melhores que os de abril e maio para intensificar as suas vendas externas.
"No mercado internacional, embora o preço 30,2% mais alto tenha contribuído com um efeito positivo de R$ 155,5 milhões na receita, a queda de 22,5% no volume exportado contribuiu negativamente com 150,6 milhões de reais".
Fonte:Brasil Econômico/Roberto Samora/Reuters
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