A Petrobras pode expandir suas operações de exploração e produção para a Guiana, se o ambiente regulatório não melhorar no Brasil, disse nesta quinta-feira (3) o presidente-executivo da petroleira, Roberto Castello Branco, admitindo pela primeira vez interesse no país vizinho.
A empresa tem participações em blocos de exploração na costa norte do Brasil. Especula-se entre os geólogos que partes dessa área podem compartilhar uma geologia semelhante com a Guiana, que emergiu como importante província petrolífera.
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Executivos da Petrobras já haviam sido questionados no passado sobre um possível interessa da estatal no país. No entanto, eles diziam com frequência que preferem manter o foco na exploração e produção de petróleo no Brasil.
Durante a conferência bianual Rio Oil & Gas, Castello Branco afirmou que exigências onerosas de licenciamento ambiental no Brasil estão fazendo com que a petroleira passe a considerar a Guiana.
"Nós temos (no Norte do Brasil) o potencial para uma grande bacia petrolífera e somos barrados. Enquanto isso, a Guiana está se aproveitando da situação", disse Castello Branco.
"(A Guiana) nos chama. Por enquanto, vamos continuar investindo no Brasil, mas é possível irmos para lá também, preferindo isso à geração de valor, geração de empregos em uma região muito pobre do Brasil", acrescentou.
A exploração petrolífera no Norte do Brasil gera significativa controvérsia e pressões regulatórias, em parte por causa da presença de uma grande barreira de corais nas costas do Brasil e da vizinha Guiana.
Em setembro, a francesa Total desistiu de operar cinco blocos exploratórios na Foz do Amazonas, vendendo sua participação à Petrobras, após dificuldades para obter licenças ambientais.
Fonte: Folha SP