A produção de aço no Brasil vai fechar o ano em queda, o que não ocorria desde 2009, um reflexo da fraqueza da demanda -tanto interna como externa, informou o Iabr (Instituto Aço Brasil).
A produção de aço bruto deverá somar 34,8 milhões de toneladas em 2012, queda de 1,1% em relação ao ano passado, devido à parada de um alto forno da siderúrgica Arcelor Mittal Tubarão, no Espírito Santo.
As exportações terão queda maior, de 10,9%, para 9,6 milhões de toneladas, devido à retração do mercado externo, situação que tão cedo não deve melhorar, afirmou o presidente do Iabr, Marco Polo de Mello Lopes.
O nível de ocupação da indústria siderúrgica hoje é o menor desde janeiro de 2008 (72,5%). Mesmo assim, tirando as exportações, metade da capacidade instalada da indústria brasileira é excedente, diz Lopes, lembrando que por esse motivo as empresas do setor tiveram impacto negativo nos seus resultados financeiros neste ano.
Também por isso, segundo ele, nem tão cedo as siderúrgicas brasileiras deverão pensar em expansão.
A situação não é diferente no resto do mundo. Com excedente de oferta global de 530 milhões de toneladas, a tendência é que 2013 seja um pouco melhor, mas ainda abaixo dos patamares de consumo registrados anteriores à crise de 2008.
"Em 2013, as medidas anunciadas pelo governo devem surtir algum efeito, mas lá fora o cenário ainda é incerto", diz Lopes, citando a perspectiva de redução da tarifa de energia, o aumento na alíquota de importação de produtos de aço e a redução da carga tributária.
A redução do preço da energia, por exemplo -se for cumprido o patamar de 20% anunciado-, diminuirá em 4% o custo da produção do aço, calcula o executivo.
Segundo ele, teoricamente, a cada ponto percentual de crescimento do PIB o consumo aparente (produção doméstica acrescida de importações e descontadas as exportações) de aço aumenta 2%, mas essa relação não é esperada para 2013 devido à sobreoferta do produto.
A instabilidade do mercado também levou Lopes a não projetar o volume de produção para 2013. Para ele, as vendas internas devem crescer 7,7%, e o consumo aparente, 4,3%, em razão das medidas de estímulo do governo.
"O mantra é 'o país precisa crescer'. Essa é a grande prioridade", afirma.
Fonte: Folha de São Paulo/DENISE LUNA DO RIO
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