A queda de 0,2% no emprego na indústria em junho sobre maio (série com ajuste sazonal) foi puxada pelas demissões na indústria paulista. No Estado, o nível de emprego recuou 0,8% na mesma comparação, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda de junho no país todo aconteceu após três meses de estabilidade do indicador: com 0,0% em março, queda de 0,1% em abril e alta de 0,1% em maio. Em São Paulo foi o terceiro mês consecutivo de queda.
No fechamento do primeiro semestre deste ano houve avanço de 1,9% no emprego industrial, sendo que no período as contribuições positivas mais expressivas vieram de meios de transporte (7,9%), alimentos e bebidas (2,4%), máquinas e equipamentos (5,1%), produtos de metal (5,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,3%) e metalurgia básica (7,4%). Em outro sentido, os destaques negativos no semestre ficaram com os setores de papel e gráfica, com recuo de 9,0%, vestuário, com recuo de 3,1%, madeira, com retração de 7,8% e calçados e couro, com recuo de 2,0%.
Em junho, na comparação com igual mês do ano passado, o emprego industrial avançou em 10 dos 18 ramos investigados, com destaque para alimentos e bebidas, com alta de 3,2%, meios de transporte, com avanço de 7,0%, máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, com crescimento de 7,0%, outros produtos da indústria de transformação, com alta de 5,2%, máquinas e equipamentos, com avanço de 3,0% e metalurgia básica, que apresentou crescimento de 4,4%. Em outro sentido, na mesma base de comparação, os destaques negativos ficaram com papel e gráfica, com queda de 10,1%, calçados e couro, com recuo de 5,4%, madeira, com queda de 11,2%, e vestuário, que recuou 3,5%.
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o resultado de São Paulo é o número mais preocupante da pesquisa do IBGE. Além da queda em relação a maio, houve queda de 1,5% no nível de emprego da indústria paulista em relação ao mesmo mês do ano passado. "Dada a elevada participação da indústria de São Paulo no emprego industrial, a tendência que se pode traçar para o mercado de trabalho do setor não é nada favorável", apontou o Iedi em relatório.
Em termos regionais, na comparação com junho do ano passado, o emprego na indústria em junho avançou em 9 dos 14 locais pesquisados, sendo os maiores destaques o Paraná (6,4%), Rio Grande do Sul (2,5%), Minas Gerais (2,1%), região Nordeste (1,7%) e região Norte e Centro-Oeste (2,2%).
Já o valor da folha de pagamento cresceu 0,7% em junho, na comparação com o mês anterior. De janeiro a junho deste ano a alta acumulada é de 5,5%, com crescimento em todos os 14 locais pesquisados.
Fonte: Valor / Bruno de Vizia
PUBLICIDADE