A queda de vendas para o Brasil foi a principal razão para a forte retração nas exportações argentinas em junho, de acordo com relatório divulgado, nesta segunda-feira (23) pelo Indec, o instituto de estatísticas do país. As compras brasileiras caíram 18% em junho, recuando de US$ 1,545 bilhão registrados em junho de 2011 para US$ 1,273 bilhão no mesmo período, este ano. O Brasil representa 19,2% das exportações argentinas, que caíram 10% em junho — o volume de bens exportados pela Argentina caiu 11% ao ano, no mês passado, refletindo na balança comercial.
Pesaram no resultado as retaliações que o Brasil aplicou à Argentina, em maio, meses depois que o país começou a exigir uma declaração jurada dos importadores, que, na prática, significou a extensão do regime de licenças não automáticas para todas as importações. As exportações argentinas de frutas recuaram 42% e as de hortaliças 41%. Mas o resultado também foi influenciado pelo desaquecimento da economia brasileira. As vendas de material de transporte terrestre caíram 24%.
As importações argentinas do Brasil permaneceram na trajetória de queda forte, que vêm mantendo desde fevereiro. Depois de recuarem 14% em abril e 5% em maio, caíram no mês passado 22% e ficaram em US$ 1,426 bilhão.
O resultado este mês foi afetado pela ausência de vendas brasileiras de energia à Argentina, item em que não existem restrições para importações. As compras argentinas também se reduziram para a China, segundo maior vendedor para o país. As exportações chinesas recuaram de US$ 824 milhões para US$ 728 milhões, queda de 11,7%, afetada, sobretudo, por barreiras a aquisições de computadores portáteis. As exportações da Argentina para a China caíram 33%, reduzindo-se de US$ 921 milhões para US$615 milhões, em função da menor oferta argentina de soja em grão.
Fonte: Valor / César Felício
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