Fonte: Folha de São Paulo/NICOLA PAMPLONA DO RIO
Após o vazamento de relatório de comissão interna da Petrobras que classifica o acordo assinado em 2009 com a Braskem como desvantajoso, a petroquímica controlada pela Odebrecht disse, em nota, que não é possível identificar o prejuízo para a estatal, de acordo com o documento.
O contrato previa fornecimento de nafta (matéria-prima para produção de plástico) e, segundo o relatório da comissão interna de investigação, não foi precedido de estudo de viabilidade econômica. De acordo com a comissão, houve "negligência" do então diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, delator já condenado pela Justiça no escândalo da Petrobras.
Em nota oficial, a Braskem diz que os preços "sempre estiveram atrelados às referências internacionais mais caras do mundo com efeito negativo para a Braskem e para a competitividade de toda a indústria petroquímica brasileira".
Em depoimento à Operação Lava Jato, Costa disse que recebia propina da Braskem, em operações que envolviam o ex-deputado federal José Janene (PP), morto em 2010, e o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar, preso em Curitiba. A acusação foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, também delator da Lava Jato.
"A Petrobras não sabe sequer se houve prejuízo", afirma a petroquímica na nota. O contrato prevê um desconto no preço de venda da nafta no Brasil sobre a cotação europeia, conhecida como ARA (Amsterdã-Roterdâ-Antuérpia).
A Petrobras não quis comentar o assunto. O contrato deveria ter sido renovado em 2013, mas uma série de aditivos prorrogou sua vigência até o próximo dia 31 de agosto.
Petrobras e Braskem negociam neste momento novos termos contratuais para o fornecimento do derivado de petróleo.
PUBLICIDADE