As reservas provadas de petróleo e gás natural da Petrobras cresceram 2,7% em 2011 ante o ano anterior, pelo critério da SPE (Society Of Petroleum Engineers) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Chegaram a 16,41 bilhões de "boe" (barris de óleo equivalente, que somam reservas de petróleo e de gás).
O aumento é inferior à alta de 7,5% entre 2009 e 2010.
O resultado seria pior se a empresa tivesse cumprido a meta de produção média que estipulou para o ano passado, de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia. Isso demandaria mais das reservas.
Segundo projeções do mercado, a produção de 2011 deve ficar em torno de 2,03 milhões de barris diários.
"Não vai atingir a meta de novo em 2011. Olhando 2012, a produção não deve crescer muito. Os principais sistemas [de produção] só vão entrar em operação no 2º semestre deste ano, então só em 2013 melhora", avaliou o analista Lucas Brendler, da Geração Futuro de Investimentos.
Tanto no caso das reservas como no da produção, o diagnóstico do mercado é o mesmo: faltou equipamento.
Sem sondas suficientes para explorar seus campos, a empresa não conseguiu obter informações que permitissem mais declarações de comercialidade. Ou seja, a prova de que o petróleo encontrado no campo pode ser comercializado. Isso é condição para o reconhecimento de reservas provadas.
As pausas para manutenção de plataformas, determinadas pela ANP, também atrasaram a produção.
"O governo insiste numa meta irreal de conteúdo nacional e a empresa fica sem equipamentos. Todo mundo quer que produza aqui, mas tem que dar um tempo para a indústria nacional conseguir atender", disse o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires.
Se considerado somente o Brasil, as reservas aumentaram 2,8%, para 15,71 bilhões de barris de petróleo e gás, com apenas uma declaração alta de comercialidade: campo de Sapinhoá (ex-Guará), no pré-sal da bacia de Santos, com 978 milhões de "boe".
As reservas internacionais tiveram desempenho ainda mais fraco, com alta de 0,4% ante 2010, atingindo 706 milhões de barris, com incorporação de reservas no golfo do México e na Nigéria.
Para a analista Mônica Araújo, da corretora Ativa, o resultado não é motivo de comemoração. Mas a empresa manteve o prazo para produção com as reservas que possui dentro dos 18 anos previstos e incorporou mais petróleo do que produziu.
"Não foi excepcional, mas o importante é que manteve um nível confortável na relação reserva/produção e ainda tem muita coisa para colocar no futuro", afirmou sobre os imensos reservatórios que a estatal tem concessão para explorar.
Fonte: Folha de Sâo Paulo/DENISE LUNA/DO RIO
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