O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta terça-feira que o Rio de Janeiro tem uma "oportunidade ímpar" de recuperar sua economia por meio do mercado de petróleo. Em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara, Castello Branco ressaltou, no entanto, que é preciso saber como utilizar esses recursos.
- Acho que o estado do Rio de Janeiro tem uma oportunidade ímpar de sair da profunda recessão em que se meteu. Eu falei ao governador Wilson Witzel que ele vai se transformar em um sheik do petróleo. O Rio de Janeiro vai ser o maior produtor de petróleo das Américas, superado apenas pelos Estados Unidos e pelo Canadá. Vai haver empregos, não só dos produtores de petróleo, mas dos fornecedores, geração de receitas, de royalties, participações especiais. Vai se beneficiar muito. Tem que usar bem os recursos, usar para o desenvolvimento da economia do estado do Rio de Janeiro.
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Ele também afirmou que a Petrobras já fez o possível para reduzir o preço dos combustíveis , ressaltando que o valor final depende de fatores externos e que seu objetivo é não deixar o preço ser maior do que a média internacional.
Castello Branco foi questionado diversas vezes sobre a situação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, no Rio, que teve suas obras paralisadas em meio a denúncias de corrupção na Operação Lava-Jato. Ele definiu o projeto como um "desastre", destacando que a promessa de gerar milhares de empregos não foi cumprida.
— Realmente, o Comperj foi um desastre, que se somou a vários outros. A Petrobras, no passado, investiu cerca de US$ 50 bilhões no negócio de refino, que resultou em perdas significativas. E pior ainda, em promessas, venda de ilusões, para a criação de milhares e milhares de empregos, que levaram desesperança a milhares de lares, principalmente no estado do Rio de Janeiro.
O presidente da estatal confirmou que estuda a possibilidade de transformar o complexo em uma usina termelétrica, conforme o GLOBO revelou em abril. De acordo com Castello Branco, a ideia é que essa termelétrica seja movida a gás natural, que ele considera como um combustível ideal para fazer a transição para uma economia de baixo carbono.
— Estamos estudando uma ideia de uma construção de uma grande usina termelétrica, movida a gás natural. Nós acreditamos firmemente no gás natural como o combustível de transição para uma economia de baixo carbono.
Fonte: O Globo