O Rio Grande do Sul está diante da possibilidade real de aumento do ritmo de aporte de investimentos produtivos no Estado. O próprio Executivo gaúcho é o patrocinador de uma avançada política de desenvolvimento nos próximos três anos. Somados os investimentos privados já anunciados e outros em andamento, o Estado acumula em 2011 um montante de R$ 13,6 bilhões.
A competitividade está nos planos. A capital gaúcha, Porto Alegre, sedia a 2ª Reunião Anual da Federação Global dos Conselhos de Competitividade (GFCC, da sigla em inglês), que começou ontem e se encerra hoje.
Empresários, CEOs de grandes corporações, pesquisadores e representantes de governos de mais de 30 países discutem estratégias de desenvolvimento e métodos para a competitividade.
A escolha do Rio Grande não é um acaso. O Estado figura entre aqueles que trabalham seu plano de desenvolvimento estratégico de forma integrada à política de atração de investimentos.
O governo gaúcho selecionou 22 setores estratégicos para a economia estadual, divididos em economia tradicional e nova economia. A partir daí, definiu o Sistema de Desenvolvimento Econômico do RS, com base em três pilares: colocar a política de desenvolvimento industrial no centro da política pública; criação da Agência Gaúcha de Desenvolvimento Industrial e aproveitamento dos ciclos abertos pelo crescimento brasileiro.
Para cada setor está sendo desenvolvido um programa que reúne as Secretarias de Estado, representações empresariais e um conjunto de sindicatos e associações empresariais. O objetivo é chegar a uma política de desenvolvimento competitivo. "Está em processo avançado de formulação e nós já estamos começando a implementar um conjunto de ações de melhoria de competitividade", diz Junico Antunes, secretário-adjunto da SDPI.
Carlos Henrique Horn, vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), enumera os predicados do Estado para receber investimentos: "Somos o primeiro polo de equipamentos para transporte; primeiro em equipamentos agrícolas e primeiro produtor de biodiesel; segundo polo metal-mecânico; segundo polo na indústria de máquinas; segundo na indústria petroquímica e segundo em eletroeletrônica".
No tema inovação, o secretário-adjunto cita pesquisa do Ipea, que identificou no Estado dois dos 15 locais batizados no país de Aglomerações Industriais Especiais (conjunto de empresas industriais inovadoras). São elas as regiões metropolitana de Porto Alegre e de Caxias do Sul.
Ivan de Pallegrin, diretor de Planejamento, Programas e Capacitação de Recursos da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), destaca que há um ambiente propício para produtividade. "Hoje temos um alinhamento muito forte de políticas entre governo, indústria e academia. Temos uma base (econômica) diversificada muito forte. A manutenção desta base diversificada é um elemento para garantir a competitividade da economia tradicional e da nova economia".
O governo gaúcho instituiu a Sala do Investidor. Ao agendar um encontro, a empresa interessada em ampliar ou instalar-se no Estado é recebida por um time formado por entidades de dentro e de fora do governo, conectadas ao projeto. "Identificamos tudo que o investidor precisa. Cada empresa que entra na sala sai de lá com um gestor que vai tratar de todos os assuntos dessa empresa", explica o secretário-adjunto.
Fonte:Valor Econômico
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