A Rumo, que teve uma queda de 53,7% em seu lucro líquido no terceiro trimestre, para R$ 164 milhões, prevê um resultado melhor no próximo trimestre, segundo o diretor financeiro, Ricardo Lewin, que fala em teleconferência com analistas.
“Com o aumento de capital [da Rumo], a partir do quarto trimestre teremos despesas financeiras significativamente menores e uma maior contribuição ao lucro liquido”, disse o executivo.
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No terceiro trimestre, o resultado foi prejudicado por uma retração de 7,7% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e por conta de pagamentos relativos à renovação da Malha Paulista. O Ebitda chegou a R$ 1,1 bilhão.
Além disso, Lewin afirmou que as obras no trecho central da ferrovia Norte-Sul, arrematada pela Rumo no início do ano passado, estão aceleradas, para que a via (Malha Central) se torne operacional em 2021.
O executivo também destacou a construção de terminais ao longo da Malha Central, como o Terminal de São Simão, que está sendo construído em parceria com um dos clientes, a Caramuru, e que deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2021.
Outro terminal que deverá ficar pronto no próximo ano será o de Rio Verde, em Goiás, que inicialmente servirá à movimentação de grãos, e que ficará pronto no terceiro trimestre de 2021.
Leilão da BR-163
O leilão da BR-163, entre Mato Grosso e Pará, que está sendo estruturado pelo governo federal, deverá elevar o preço do frete rodoviário no Arco Norte e reduzir a competição que hoje tem afetado os volumes na malha operada pela Rumo.
“A pavimentação da BR-163 tornou o transporte rodoviário mais barato, o que trouxe maior pressão. Outro fator foi a redução no preço dos combustíveis. Isso traz maior competitividade no Arco Norte”, explicou Lewin.
“Existe uma concorrência no curto prazo, que é assimétrica, já que não existe motivo para haver a pavimentação, e o governo não fazer o pedagiamento. É uma concorrência assimétrica porque dá vantagem aos caminhões. A empresa está lidando e vai continuar a lidar com isso”, disse.
O leilão deverá ser realizado em 2021 — a previsão é lançar o edital em dezembro. Segundo o executivo, o leilão — e, por consequência, o início da cobrança de pedágios — vai trazer de R$ 15 a R$ 25 a mais, por tonelada, em cima do preço de frete rodoviário.
Fonte: Valor