O Brasil poderá aumentar a produção de soja em 5 milhões de toneladas no ano que vem, para um recorde de 130,5 milhões de toneladas, afirmou nesta quinta-feira o economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Amaral.
Ao comentar as primeiras perspectivas para a safra do próximo ano, que será plantada a partir de setembro com alto índice de comercialização antecipada e produtores impulsionados por bons preços, Amaral afirmou que as exportações brasileiras da oleaginosa poderão atingir 80 milhões de toneladas em 2021, enquanto o esmagamento doméstico poderia atingir um novo recorde anual de 45 milhões de toneladas.
Durante seminário online promovido pela consultoria Datagro, ele revisou para cima em 500 mil toneladas a projeção da safra de soja do Brasil de 2020, para 125,5 milhões de toneladas.
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Disse ainda que as exportações de soja em 2020 deverão atingir 80 milhões de toneladas, ante 79,5 milhões de toneladas da projeção realizada em julho.
A projeção de exportação para 2020 e 2021 ainda ficaria abaixo do recorde de 83,26 milhões de toneladas registradas em 2018, mas supera o total de 2019 (74 milhões).
Ele também elevou ligeiramente a previsão de processamento de soja no Brasil neste ano, para 44,6 milhões de toneladas, versus 44,5 milhões na projeção anterior.
Com um processamento histórico como o esperado para este ano, o Brasil produzirá cerca de 34 milhões de toneladas de farelo de soja e exportará quase metade.
O esmagamento também renderá cerca de 9 milhões de toneladas de óleo de soja, com a maior parte consumida localmente, sendo 4,8 milhões de toneladas pelo setor de biodiesel.
Com embarques e demanda interna fortes, a indústria no maior produtor e exportador global da oleaginosa deverá passar o ano com estoques nos menores patamares já vistos, mas o economista afirmou que o país deverá cumprir todos os seus compromissos.
AUMENTO DE ÁREA
O aperto na oferta e as expressivas negociações antecipadas para a safra que começa a ser plantada em setembro estão animando os produtores, que deverão aumentar a área plantada entre 3,5% e 3,8% no ciclo 2020/21, disse o presidente da associação Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira, que também participou do evento online.
“O aumento é de acordo com a demanda e com os prêmios de exportação... Estamos com mais de 55% da soja travada para o próximo ano agrícola”, completou.
Ele não detalhou a expectativa para o volume que o Brasil poderá produzir.
O crescimento de área projetado supera o total estimado por analisas ouvidos pela Reuters, de 2,87%.
A média da sondagem publicada na semana passada indica uma safra de 130,74 milhões de toneladas, bem próxima da perspectiva verbalizada pelo economista da Abiove.
Fonte: Reuters