O plano de expansão da Samarco Mineração, do grupo Vale, nas suas unidades de Minas Gerais e do Espírito Santo foi orçado em R$ 5 bilhões até 2013, cifra que poderá sofrer algum ajuste até a conclusão, em no máximo cinco meses, dos estudos de viabilidade econômica do projeto. A direção da empresa firmará acordo, na terça-feira, com o governo mineiro para a execução das obras a partir do primeiro trimestre do ano que vem, cronograma que ainda depende de aprovação pelos acionistas – Vale e a multinacional BHP Biliton.
Cerca de metade dos investimentos será aplicada em Minas, informou ontem o superintendente do projeto, batizado de Quarta Pelotização da Samarco, Maury de Souza Junior. O pacote de recursos definido pela mineradora permitirá aumento de 37,5% da capacidade de produção , saindo dos 22 milhões de toneladas de pelotas de ferro (minério aglomerado destinado à indústria siderúrgica) do ano passado para 30,5 milhões de toneladas por ano dentro de três anos.
Mineroduto
O projeto compreende o terceiro mineroduto da Samarco, com 400 quilômetros de extensão, cortando 25 municípios dos dois estados onde a empresa atua, um terceiro concentrador na reserva de Germano, em Mariana e Ouro Preto, uma quarta usina de pelotização em Ponta Ubu, no município capixaba de Anchieta, e adaptações no terminal portuário próprio da companhia. O duto que escoará a matéria-prima será construído na mesma faixa de servidão dos dois equipamentos já existentes. O programa mais recente de ampliação da mineradora foi concluído em meados de 2008, pouco antes do estouro da crise financeira mundial, que afetou duramente o comércio das indústrias de mineração e siderurgia.
A recuperação das vendas, no entanto, levou a produção a retornar aos níveis pré-crise e a empresa já opera a plena carga. O novo projeto será apresentado ao Conselho de Administração da Samarco até o fim do ano, com a previsão de 36 meses de duração das obras. No pico da construção, serão abertos 12 mil postos de trabalho temporários, dos quais 5,5 mil em Minas.
Segundo Souza Junior, da Samarco, para a operação dos equipamentos a empresa vai criar 400 empregos diretos e terceirizados no estado. A prioridade no preenchimento das vagas será dada aos trabalhadores da região da mina. A previsão é de que pelo menos 35% desses empregos ficarão concentrados no entorno da unidade mineira da empresa. “Pretendemos contratar o máximo possível de mão de obra local. A população ganha com isso e o município também, uma vez que a economia da região será estimulada, assim como a arrecadação de impostos”, afirma o executivo.
Cursos
Outro fator ao qual a empresa tem atenção, de acordo com Souza, é mininizar os impactos sociais de um empreendimento de grande porte, em especial, a movimentação no canteiro de obras. A Samarco vai oferecer cursos de formação e qualificação de mão de obra. Para definir áreas profissionais com maior demanda, a exemplo da construção civil e da montagem metalmecância, a mineradora contratou pesquisa no Espírito Santo e fará o mesmo em Minas neste mês. O conteúdo dos cursos incluirá a gestão de negócios para quem deseja trabalhar por conta própria.
Usiminas
Contratos de transporte de minério e produtos siderúrgicos da Usiminas foram assinados ontem com a Vale, controladora da Estrada de Ferro Vitória a Minas e da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A siderúrgica vai ampliar em 32% o escoamento de aço com destino à Grande São Paulo e terá uma economia estimada em R$ 1,9 milhão por ano durante o período de vigência do acordo, de seis anos. A Usiminas Mecânica vai fabricar 150 vagões.
Fonte:UAI/Estado de Minas/Marta Vieira
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