A empreiteira mineira Santa Bárbara ganhou a licitação da Petrobras de R$ 176 milhões para construir o sistema de combate a incêndios no complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A empresa irá receber em 21 meses, com a conclusão da obra. O contrato foi assinado no dia 15. É o segundo grande contrato que a empreiteira assina com a Petrobras. A empresa concluiu no ano passado as obras de um contrato de R$ 160 milhões para a construção de uma usina de coque.
"O contrato envolve a construção de dutos e depósitos de água e a instalação de bombas e válvulas. Mistura engenharia civil e industrial. É um processo altamente complexo e bastante caro. Episódios como o que está ocorrendo na usina de Fukushima, no Japão, dão ideia do valor estratégico de uma obra como essa para uma indústria da área de energia", comentou o principal executivo da Santa Bárbara, Leonardo Moura da Costa, referindo-se à usina nuclear do Japão que teve seu sistema de segurança afetado pelo terremoto, o que acarretou na maior ameaça nuclear mundial desde o acidente de Chernobyl, em 1986.
A Santa Bárbara foi classificada como a 21ª maior do Brasil segundo o ranking de uma revista setorial, "O Empreiteiro", com uma receita bruta de R$ 618 milhões em 2009. Atualmente conta com R$ 740 milhões a serem faturados em sete contratos. Além do recém-assinado com a Petrobras, a empresa está construindo uma mina de cobre para a Vale, no projeto Salobo, em Marabá (PA) pela qual deve receber R$ 127 milhões nos próximos meses. E ergue a arena multiuso para a Copa do Mundo em Cuiabá (MT), em consórcio com a Mendes Júnior, por R$ 342 milhões e o "Cais das Artes", de revitalização de uma área portuária de Vitória (ES), de R$ 115 milhões.
A empresa retomou este ano o seu processo de profissionalização da direção, que havia sido interrompido em 2007, quando o acionista Marcelo Dias retomou a presidência da empreiteira. Dias passou a direção da Santa Bárbara para Costa no dia 1º de abril, ficando com a presidência do conselho administrativo das empresas da família, que envolvem, além da empreiteira, a empresa de logística Cesa.
Leonardo Costa era o diretor financeiro da empresa de concessões OHL, de controle espanhol. Nessa função, foi um dos responsáveis pela operação de abertura de capital da empresa. Mas ele nega que a Santa Bárbara esteja buscando um novo investidor ou se preparando para uma abertura de capital. "Empresas de engenharia têm um perfil complexo e precisam ter um porte ainda maior que a de outros setores para pensar em ter capital aberto. A profissionalização da direção tem outro objetivo. Ela foi feita para liberar o acionista majoritário para buscar outros negócios e diversificar atividades", afirmou.
Fonte: Valor Econômico/César Felício | De Belo Horizonte
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