O empresário Ovandi Rosenstock prepara-se para levar a metalúrgica Schulz a ingressar no grupo de empresas brasileiras com receita bilionária. Até 2012, o presidente da companhia, instalada em Santa Catarina, prevê que o faturamento da metalúrgica alcançará R$ 1 bilhão.
O crescimento de 62,8% das vendas do primeiro semestre deste ano animou Rosenstock. A Schulz fechou o período com uma receita líquida de R$ 261,5 milhões, cifra superior ao esperado. Para o ano, a previsão é que a companhia alcance um aumento de 55% em relação a 2009 nas vendas de suas duas unidades de negócio: automotiva e de compressores.
O reaquecimento do mercado externo e um novo contrato de US$ 250 milhões de fornecimento para o grupo Volvo, fabricante de caminhões e que deve se estender de 2011 a 2015, animam Rosenstock. Segundo o presidente, a parceria com o grupo sueco no Brasil começou em 1996. Em 2005, houve um crescimento dos contratos, com a entrada no mercado europeu. A partir do ano que vem, com o novo pedido, a Schulz vai fornecer peças para uma nova linha de caminhões da Volvo na Europa. Para o executivo, o contrato recém-assinado foi um dos maiores negócios fechado com a fabricante de caminhões. Além desse, a Schulz detém contratos com clientes como a Scania, Mercedes Benz, MWM International, ZF, Caterpillar, John Deere, Eaton e MAN.
Em 2009, a empresa catarinense fechou o ano com uma receita bruta de R$ 477,5 milhões. Apesar da queda de cerca de 20% em relação ao ano anterior, provocada pelo freio nas vendas externas, a Schulz conseguiu apresentar lucro de R$ 35,2 milhões no período. Segundo o presidente da companhia, o enxugamento de gastos e a melhoria nos processos de produção permitiram que a empresa atingisse o resultado positivo.
A fabricação de autopeças corresponde a mais de 50% do faturamento da empresa. São cerca de 220 itens de segurança - de chassis e cabines - produzidos na unidade de Joinville. A fábrica ocupa uma área de 319 mil m2, sendo 76 mil m2 de área construída, e é a única unidade produtiva da empresa no Brasil. A Schulz detém unidades de negócio em Atlanta, nos Estados Unidos; em Frankfurt, na Alemanha; em Gotemburgo, na Suécia; e em Lyon, na França.
A recuperação das exportações também começa a apresentar sinais positivos para a Schulz. As vendas para fora do país cresceram 46,30 % em relação ao primeiro semestre de 2009. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Schulz exportou US$ 23,9 milhões no primeiro semestre de 2010, contra US$ 10,1 milhões do mesmo período do ano passado. Os mercados de exportação mais expressivos para a Schulz continuam sendo os países europeus e os Estados Unidos.
Com visão otimista, a Schulz mantém um estudo para a compra de um novo forno de fusão e vai ampliar sua capacidade de produção. Com o investimento, a atual capacidade produtiva será ampliada em 25%. Hoje, há capacidade instalada para a produção de 90 mil toneladas por ano. Com o novo forno, será ampliada para 110 a 115 mil toneladas. Segundo Rosenstock, a ampliação vai colocar a Schulz em segunda posição como fundição de mercado no Brasil, atrás apenas da Tupy, que também possui unidade em Joinville. O valor do investimento será de R$ 25 milhões. O estudo deve ficar pronto nos próximos oito ou nove meses. No primeiro semestre, a Schulz investiu R$ 19,5 milhões em máquinas, equipamentos e melhoria dos processos para reduzir os custos de produção.
O aumento das receitas na primeira metade do ano significou aumento dos postos de trabalho. Segundo Rosenstock, foram contratadas 619 pessoas, elevando o quadro de trabalhadores para 2250. O presidente diz que a empresa não sente dificuldades em encontrar mão de obra qualificada porque há dois anos investe em formação. Dentro da unidade da Schulz há uma escola de fundição e usinagem que mantém entre 200 a 300 profissionais em treinamento. No primeiro semestre, a empresa investiu R$ 204,7 mil em formação de suas equipes.
Fonte: Valor Econômico/Júlia Pitthan, de Florianópolis
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