A diretoria da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), pertencente ao grupo Vale S.A., recebeu, na noite deste sábado (23), a licença de instalação do projeto (LI), previsto para entrar em operação a partir de 2013, no município de Marabá, região de integração de Carajás. A LI é a segunda concedida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).
A primeira licença prévia ou ambiental (LP) foi entregue em março deste ano. Em junho, o presidente Luís Inácio Lula da Silva participou da cerimônia oficial de instalação do projeto. A solenidade de entrega da licença de instalação da Alpa nesta sexta-feira deve reunir mais de 400 pessoas, entre lideranças políticas e empresarias do município, segundo a Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim).
A entrega da licença de instalação ocorre após a conclusão das obras de terraplanagem no terreno onde será instalada a siderúrgica, na rodovia Transamazônica. A LI corresponde à segunda fase do processo de implantação geral do projeto, restando ainda a licença de operação (LO), que também é concedida pelo governo do Estado.
Para o governo do Estado, o projeto traz enormes vantagens competitivas ao Pará, já que o Estado vai abandonar a prática de extração e exportação do minério de ferro "in natura" da serra de Carajás. Além da siderúrgica, a licença de instalação compreende ainda o porto da Alpa e um ramal ferroviário.
O empreendimento da Alpa está avaliado em US$ 5, 2 bilhões de dólares e uma capacidade anual de produção 2,5 milhões de toneladas de aços semi-acabados (placas) e 500 mil toneladas de aços laminados (bobinas a quente e chapas grossas). A Alpa também deve gerar 16 mil empregos diretos, além de aumentar em pelo menos 10% o valor da receita orçamentária do município de Marabá, calculada em R$ 4 bilhões até o ano de 2007.
A renda per capita dos moradores, atualmente em torno de R$ 15 mil, deve subir para R$ 17 mil, segundo previsão da Associação Comercial e Industrial de Marabá. Objetivando assegurar as vagas para os trabalhadores paraenses, o governo do Estado aplicou uma série de recursos para formação da mão-de-obra adequada.
Foram repassados R$ 2,2 milhões ao Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) para ampliação das instalações e mais R$ 2,5 milhões ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para compra de equipamentos e reformas dos laboratórios. As duas instituições promoveram cursos profissionalizantes em parceria com Vale S.A. e prefeitura municipal de Marabá nas áreas de prestação de serviços e educação tecnológica.
Alta - Atualmente, o município de Marabá tem dez empresas na área de ferro-gusa. Com a implantação do projeto Alpa, o governo do Estado amplia o setor e ainda consolida a chamada verticalização da cadeia mineral no Estado. Por meio deste processo, o minério de ferro explorado na região será manufaturado no próprio município, agregando mais valor aos produtos originários na cadeia mineral.
Com verticalização mineral, o mercado do minério de ferro na região sudeste também terá um novo conceito, abandonando a velha prática da exploração e passando a produzir chapas de aços em solo paraense. As chapas vão servir à indústria naval e a fabricação dos produtos da chamada linha branca como fogões, geladeiras, máquinas de lavar entre outros.
Secom/ Marabá
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