Maria das Graças Silva Foster foi nomeada ontem pelo Conselho da Petrobras para a presidência da empresa. Ela substitui José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo após sete anos e sete meses. A posse será na segunda-feira. Ela assume também o cargo de conselheira no lugar de Gabrielli. Engenheira química de formação, Graça - como gosta de ser chamada - tem 58 anos. Ela entrou na Petrobras no dia 30 de março de 1981 e passou por vários cargos até atingir o topo da empresa.
Primeira mulher a chegar à Presidência de uma empresa petrolífera no mundo, foi também a primeira diretora da Petrobras e uma das pioneiras a trabalhar embarcada em uma plataforma de petróleo no País.
Além disso, foi a primeira nas presidências da BR Distribuidora, Petroquisa e Gaspetro, além de ter ocupado cargos de gerência em outras áreas da empresa.
A proximidade com a presidente Dilma Rousseff é apontada como um dos pontos positivos da nomeação de Graça, após anos de conflito entre Gabrielli e Dilma por discordarem da maneira de conduzir a empresa em alguns setores.
Gabrielli seria por exemplo, segundo fontes, contra a entrada da estatal venezuelana PDVSA na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, defendida por Dilma. Por enquanto, Graça deverá manter a atual diretoria. A única substituição prevista é a do diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella.
Máquina enterrada
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo, ontem, Graça Foster enterrou uma máquina de R$ 58 milhões para evitar atrasos no gasoduto Caraguatatuba-Taubaté, previsto para março de 2011.
O gasoduto, chamado de Gastau, era uma obra do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) para levar o gás natural extraído da bacia de Santos (campos de Mexilhão, Uruguá, Tambaú e no Pré-Sal) até Taubaté, atravessando a Serra do Mar por um túnel de 5 km.
Por ser obcecada pelo cumprimento de metas, a executiva autorizou o abandono do equipamento, um perfurador de rochas para túneis.
Abandono
A máquina, de origem italiana, entrou no país em regime de comodato para atender a Schahin, responsável pela obra. Cálculos iniciais da equipe de Graça Foster previam que a retirada da tuneladora após o término da perfuração poderia atrasar o início do escoamento do gás em seis meses. Ela, então, decidiu autorizar um aditivo contratual permitindo a perfuração de 140 m de túnel, criando uma câmara onde a tuneladora de 130 m de comprimento seria abandonada. Para isso, a Petrobras teve de comprar a máquina.
De acordo com a empresa, o abandono do equipamento evitou prejuízo maior.
Gasoduto
58 milhões de reais é o valor do equipamento perfurador enterrado por Graça Foster. De acordo com a Petrobras, atitude evitou mais prejuízos.
Fonte: Diário do Nordeste
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