Após a forte queda registrada neste ano, as exportações brasileiras de carne suína devem se recuperar em 2014, reafirmou ontem a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). De acordo com a entidade, os embarques de carne suína para o exterior devem atingir 590 mil toneladas em 2014.
Se confirmado, será um crescimento de 16% na comparação com as 510 mil toneladas a serem exportadas neste ano - entre janeiro e novembro, o Brasil exportou 479,8 mil toneladas do produto, que renderam US$ 1,258 bilhão.
De acordo com o presidente da Abipecs, Rui Vargas, a estimativa de crescimento das exportações leva em conta a maior demanda do Japão, que abriu seu mercado para a carne de Santa Catarina em julho deste ano, bem como a reabertura do mercado da África do Sul e a abertura do mercado da Coreia do Sul. Para alcançar a projeção da entidade, a manutenção dos mercados da Ucrânia e da Rússia é considerada fundamental, além do aquecimento dos embarques para os chineses.
Apesar do avanço previsto para as exportações, a produção de carne suína não acompanhará o ritmo, o que tende a manter os preços da carne suína em patamares "firmes" em 2014. Pelas projeções da Abipecs, a produção brasileira de carne suína deve crescer apenas 1% no próximo ano, para 3,48 milhões de toneladas.
O avanço tímido da produção deve-se, sobretudo, aos problemas enfrentados neste ano com o inverno e verão rigorosos, que aumentaram a mortalidade e reduziram a reprodução do plantel de animais. De acordo com o diretor de mercado interno da Abipecs, Jurandi Machado, a oferta de suínos deve permanecer "curta" no primeiro semestre de 2014.
"Tivemos um ano de verão muito forte, que trouxe problemas de reprodução. Com o inverno rigoroso, houve mais mortalidade. [Essa combinação] está coincidindo neste momento com o encurtamento da oferta, que deve se prolongar ao longo do primeiro semestre", disse Machado, em entrevista a jornalistas em São Paulo.
Fonte: Valor Econômico/Luiz Henrique Mendes | De São Paulo
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