A Shell e a Petrorecôncavo venceram a chamada pública aberta pela distribuidora de gás natural paraibana, a PBGás, para suprimento do combustível entre 2022 e 2023. Com isso, as duas produtoras se consolidam como atores mais ativos no processo de abertura do mercado de gás no Nordeste, depois que a Petrobras manifestou a intenção de não renovar os contratos que vencem a partir do ano que vem com as concessionárias locais.
Pelos termos do acordo, a Shell fornecerá 100 mil metros cúbicos diários (m3 /dia) à PBGás em 2022. Já a Petrorecôncavo entregará 50 mil m3 /dia em 2022 e mais 150 mil m3 /dia em 2023.
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A Petrobras, atual supridora da PBGás, seguirá fornecendo 80 mil m3 /dia até dezembro de 2023. O atual contrato vigente entre as partes já previa uma redução gradual os volumes entregues pela petroleira estatal.
A chamada pública foi realizada pela PBGás de forma coordenada com outras duas distribuidoras nordestinas, a Algás (AL) e a Bahiagás (BA), que ainda não divulgaram o resultado de suas respectivas concorrências. Ao todo, durante o processo, sete empresas apresentaram propostas à companhia paraibana.
Em nota, o diretor-presidente da PBGás, Jailson Galvão, afirmou que a diversificação de supridores, com a chegada da Shell e da Petrorecôncavo, abre a perspectiva de busca por preços mais competitivos para a concessionária paraibana.
A Shell fornecerá gás oriundo do pré-sal, enquanto a Petrorecôncavo entregará o produzido pela companhia na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
As duas empresas estão, hoje, entre os principais atores nas negociações com as distribuidoras nordestinas. A Shell foi a primeira a assinar um contrato com uma distribuidora local, a Copergás (PE). A Petrorecôncavo, em seguida, assinou com a Potigás (RN). As duas produtoras de gás também venceram a chamada aberta pela Cegás (CE), junto com a Compass.
Fora do ambiente regulado, a New Fortress Energy, por sua vez, celebrou seu primeiro contrato no mercado livre, com a Unigel.
Os acordos entre os novos fornecedores e as distribuidoras do Nordeste têm, em geral, condições precedentes como a conformação do acesso dos produtores à infraestrutura de gás existente - unidades de processamento (UPGNs) da Petrobras e a malha nacional de gasodutos de transporte, por exemplo.
A Transportadora Associada de Gás (TAG) mantém conversas com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e agentes do mercado para oferecer contratos extraordinários de transporte de curto prazo, válidos a partir de janeiro de 2022.
Fonte: Valor