A Shell Brasil vai direcionar de 30% a 35% do seu orçamento anual de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para novas energias a partir de 2021. Até então, cerca de 10% do valor anual investido em P&D pela empresa era voltado para segmentos fora do setor de petróleo e gás.
A meta foi divulgada pelo presidente da companhia no país, André Araújo, durante evento paralelo à conferência Rio Oil&Gas ontem.
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“A Shell vai vender mais produtos com menos intensidade de carbono, como energias renováveis, biocombustíveis e, espero, hidrogênio em algum momento no futuro. A economia de baixo carbono tem oportunidades reais de negócios, geração de emprego e renda. Se o Brasil fizer seu dever de casa, vai sair na frente de todo mundo”, disse o executivo.
A nova meta está relacionada à ambição global da Shell, anunciada neste ano, de investir 35% do orçamento global anual em novas energias.
Recentemente, a petroleira anunciou que pretende neutralizar as emissões de carbono totais até 2050 e reduzir em até 65% a pegada de carbono de seus produtos, no período, em linha com as metas do Acordo de Paris. “Estamos falando de US$ 5 bilhões por ano nos primeiros anos [em investimentos em novas energias]. Isso é mais do que um grande número de empresas do setor investe”, afirmou o presidente da Shell Brasil.
Araújo já afirmou, no passado, que o Brasil pode ser um dos destinos prioritários dos investimentos do grupo anglo-holandês em novas fontes. A companhia, inclusive, tem demonstrado interesse em desenvolver projetos de geração de energia solar no país. Ainda assim, a produção de petróleo e gás continua no foco da empresa, que hoje é a segunda maior produtora do país, atrás apenas da Petrobras.
“Vamos nos adaptar, mas ainda há incerteza sobre como isso será feito. Vamos nos movendo junto com a sociedade. Temos de entregar investimentos com saúde para os nossos investidores”, defendeu o executivo.
Em meio às discussões sobre as políticas públicas a serem adotadas na transição para uma economia de baixo carbono, Araújo disse ser a favor da adoção de mecanismos de crédito de carbono no Brasil, mas contra a taxação das emissões. “Na nossa região, o histórico é de que o destino possível de um imposto não está relacionado ao que entendemos como razoável. Mecanismos de crédito de carbono vão, sem dúvida, garantir uma economia circular”, afirmou o executivo.
Fonte: Valor