CSN e Usiminas vão fabricar desde telhas até lajes inteiras e disputar projetos do Minha Casa, Minha Vida
O IABr (Instituto Aço Brasil), associação nacional das companhias siderúrgicas no país, apresenta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima quarta-feira, em São Paulo, um novíssimo negócio. Os produtores de aço, setor com capacidade instalada de 42,1 milhões de toneladas por ano e que produziu apenas 25 milhões de toneladas em 2009, se preparam para mostrar ao país que uma moradia também pode ser erguida com o uso do aço.
Mercado é o que não falta, e a perspectiva de crescimento oferecida pelo programa Minha Casa, Minha Vida deve impulsionar essa mudança estrutural em curso na indústria siderúrgica brasileira.
As siderúrgicas acham que podem tomar boa parte desse mercado com um plano a partir do qual produzirão de vergalhões a telhas de aço, de postes de iluminação a pisos esmaltados, de paredes a lajes inteiras. Tudo isso poderá ser visto na Vila do Aço, um conjunto arquitetônico que estará em exposição durante o Congresso Brasileiro do Aço, que acontecerá nesta semana.
Não é à toa que empresas como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a Usiminas deslocaram o radar de suas divisões comerciais para mirar oportunidades de oferecer itens que, após montados, logo se convertem numa residência inteira de aço. Parte dos recursos em pesquisa e desenvolvimento feitos por CSN e Usiminas está sendo despejada nesse novo fronte.
"Há um movimento no Brasil de expansão da chamada construção industrializada. Não será mais tijolinho sobre tijolinho, é a oferta de paredes inteiras, de lajes inteiras em que o construtor chega e monta. Estamos falando de residências que poderão ser construídas em apenas cinco dias", diz Luis Fernando Martinez, diretor comercial da CSN.
O custo das casas de aço as favorece na disputa pelos recursos do Minha Casa, Minha Vida. "A oferta de aço estrutural para a construção de um edifício destinado a esse público custa apenas 18% do valor limite, de R$ 42 mil. É o único método construtivo capaz de se enquadrar no limite definido pela Caixa", afirma Ascanio Merrighi, diretor de vendas da Usiminas. Segundo ele, a expectativa da demanda no uso do aço na construção de residências é tamanha que a companhia acha que esse mercado pode contribuir para a retomada do projeto de construção de uma nova siderúrgica, em Santana do Paraíso (MG).
Fonte: Folha de S.Paulo/AGNALDO BRITO/DA REPORTAGEM LOCAL
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