A multinacional alemã Siemens deve anunciar hoje um contrato de US$ 290 milhões em dois anos para o fornecimento de equipamentos para a Gerdau na unidade Açominas, em Ouro Branco (MG). Segundo o diretor financeiro da unidade de negócios de siderurgia da Siemens, Wladimir Delfim, este será o maior contrato na área de equipamentos de siderurgia no Brasil desde a retomada de investimentos do setor, após a fase aguda da crise econômica global, entre 2008 e 2009.
Há cerca de dois anos a Gerdau anunciou investimentos de até R$ 2,4 bilhões para a produção de chapas grossas e bobinas a quente em Ouro Branco, na usina hoje com capacidade de produção de 4,5 milhões de toneladas de aço. A meta da siderúrgica é instalar linhas capazes de produzir anualmente 1,1 milhão de toneladas de chapas grossas e 800 mil toneladas de bobinas a quente. Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Gerdau não quis comentar o contrato fechado com a Siemens.
De acordo com Delfim, encomendas como a da Gerdau tendem a não ser episódios isolados no curto prazo. " Há várias concorrências em andamento para o fornecimento de equipamentos. A capacidade de produção das siderúrgicas está chegando próximo da saturação", comentou.
Em Ouro Branco, a Siemens deverá fornecer toda a estrutura mecânica, elétrica e de automação para as duas novas linhas. Seus equipamentos também serão usados para o controle de temperatura e de qualidade da produção.
A multinacional alemã divulgou um faturamento de R$ 4,4 bilhões no Brasil em 2009, total 4,9% inferior aos R$ 4,6 bilhões divulgados no ano fiscal que fechou em 2008, mas a operação brasileira está na segunda região de maior dinamismo nos negócios da empresa no mundo.
Segundo o último balanço divulgado pela companhia, o faturamento neste ano fiscal nas três Américas, com a exclusão dos Estados Unidos, passou de € 3,7 bilhões no mesmo período do ano passado para € 4,1 bilhões agora , um crescimento de 9,7%. Na China, a Siemens saltou do patamar de € 3,8 bilhões para cerca de € 4,1 bilhões , o que representou uma alta de 7%.
A campeã de crescimento para a companhia foi a Índia, onde a receita da Siemens subiu de € 1,1 bilhão para € 1,35 bilhão, elevação de 17%. Em termos globais, o faturamento da Siemens nos três últimos balanços trimestrais foi de € 54,7 bilhões, uma queda de 4% em relação ao ano passado, puxada pelos resultados nos Estados Unidos, onde a receita caiu 11%. Nos últimos três anos, a empresa abriu fábricas no Brasil nos segmentos de açúcar e álcool, óleo e gás e papel e celulose. Foi na área de saúde e na industrial, contudo, onde a empresa registrou o maior número de encomendas.
Fonte: Valor Econômico/ César Felício, de Belo Horizonte
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