Obras da CSP não saíram do papel, governo já mantém conversações com os investidores sobre a nova etapa
Ainda antes de iniciar as obras propriamente ditas da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), a pauta na mesa dos investidores do empreendimento, no momento, é como será desenhada a segunda etapa da usina, na qual ela dobrará a sua capacidade de produção.
Apesar de o projeto da siderúrgica já prever, desde o início, a sua instalação em duas fases, a segunda ainda não teve confirmada oficialmente sua concretização. Mas reuniões entre os investidores dão a entender que ela será levada a frente.
Encontro com o governador
Ontem, antes de iniciar a reunião de acompanhamento com os secretários estaduais, o governador Cid Gomes se encontrou com o braço executivo para as Américas da sul-coreana Dongkuk - uma das sócias da CSP -, Mr. Yung Moon, que o informou sobre o andamento do projeto da siderúrgica cearense. De acordo com Cid, o executivo vinha de um encontro, no Rio de Janeiro, com a diretoria da Vale, a sócia brasileira do empreendimento, e que detém 50% de participação acionária na usina.
Tratativas com a Vale
"Ele já estava tratando com a Vale já a segunda etapa. Eles estão discutindo detalhes disso, acertando se a composição permanece a mesma, entre outras coisas", informou o governador. A informação é importante, uma vez que, ainda no ano passado, o presidente da Vale, Roger Agnelli, ainda não dava como certa a realização da segunda etapa da usina, afirmando que esta dependeria de um novo investidor.
"A ideia é que a gente inicie com três milhões (de toneladas de placas de aço) e, com o tempo, e se porventura vier um outro parceiro com interesse em mais produção, a gente pode crescer", afirmara o presidente da Vale, Roger Agnelli, em junho do ano passado, quando inaugurara a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro, espécie de espelho da unidade cearense. Na época, entretanto, a CSP ainda era constituída somente pela Vale e pela Dongkuk.
Um mês depois, a Posco, líder do mercado coreano e uma das maiores siderúrgicas do mundo, confirmou sua integração ao projeto. É possível que a nova sócia tenha viabilizado os planos da usina cearense. Caso a composição acionária continue a mesma para a segunda etapa, a Vale terá 50%, a Posco, 20%, e a Dongkuk ficará com 30% na joint-venture.
De acordo com Cid, o layout (desenho) da nova fase da siderúrgica já está pronto, e foi apresentado pelo executivo da Dongkuk. "Isso adianta e vai avançando o serviço. E nós estamos avançando na questão dos investimentos do porto, que serão fundamentais quando ela tiver funcionado nos modos totais. Serão necessários dois berços exclusivos para CSP, para exportar as placas de aço", acrescentou o governador.
Moradia no Ceará
Cid ainda adiantou que Mr. Moon, que mora atualmente na Califórnia, nos Estados Unidos, onde fica um dos escritórios da empresa, passará a morar no Ceará a partir do próximo semestre, acompanhando mais de perto o andamento das obras da usina cearense.
A CSP está, hoje, em fase de supressão vegetal. Cid disse que as obras de terraplenagem do terreno que receberá o empreendimento terá início tão logo o período de chuvas cesse. "O que nos leva a crer que em maio, no mais tardar junho, já serão iniciados os trabalhos da siderúrgica", afirmou.
Fonte: Diário do Nodeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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