As exportações de soja em Mato Grosso tomaram um novo rumo em 2011, que deve persistir em 2012. A mudança é em decorrência ao exterior comprar mais soja in natura (grão) matogrossense e óleo do que farelo. Segundo entidades, a preferência do envio está associado ao preço, bem como a demanda, devido a qualidade, principalmente em grão. Enquanto as aquisições de farelo de soja recuaram 14% em 2011, frente a 2010, os envios de grão e óleo cresceram 4% e 8%, respectivamente, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Das 9,019 milhões de toneladas de soja, 56,4% tiveram a China, maior cliente da oleoginosa do Estado.
De acordo com o boletim da soja divulgado pelo Imea, em dezembro do ano passado, de janeiro a novembro o Estado exportou 9,019 milhões de toneladas de soja em grão ante as 8,565 milhões de toneladas no período em 2010. Em negociações o envio gerou US$ 4,249 bilhões, contra os US$ 3,252 bilhões do período no ano retrasado. Em 2010 em farelo de soja foram exportadas 3,345 milhões de toneladas e em óleo 328.748 toneladas.
"O destaque não é o volume, mas sim o valor pago pelo produto exportado", comentou o Imea em seu boletim. Em 2011, até novembro, a tonelada de soja custava em média US$ 495, 30% superior a 2010 quando era estimado em US$ 379.
Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, a tendência da soja in natura ser mais comercializada para o exterior deve seguir em alta, principalmente para a China, que preza pela qualidade do produto.
Favaro comenta que para Mato Grosso é fundamental que o processamento de óleo e farelo amplie, "visto que com sua política industrial pode-se agregar valores, trazendo não apenas mais indústrias de processamento, mas como, também, indústrias de carne. Assim geramos, consequentemente, mais empregos também. Nos últimos anos conseguimos evoluir significativamente neste sentido, mas precisamos melhorar ainda mais".
CHINA
Para a China, segundo o Imea, foram enviadas 5,093 milhões de toneladas de soja in natura entre janeiro e novembro, 56,4% dos 9,019 milhões de toneladas de grão comercializados. "A China está optando em comprar mais em grão para sanar sua demanda. Para o governo chinês é mais rentável comprar in natura a oleoginosa, pois gera valor agregado e emprego", comenta o presidente da Aprosoja-MT.
A Holanda surge em seguida com 516.362 toneladas e a Tailândia em terceiro como maior comprador do grão mato-grossense com 456.505 toneladas de janeiro a novembro. Dos 9,019 milhões de toneladas de soja em grão comercializadas, 5,486 milhões de toneladas foram escoadas pelo porto de Santos (SP), o equivalente a 60,8%, 985.076 toneladas por Manaus (AM) e 834.086 pelo porto de Paranaguá (PR).
Fonte: Só Notícias
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