A soja vai ocupar na próxima safra de verão algumas áreas do Rio Grande do Sul onde havia pastagens e plantações de milho e feijão, e o plantio da oleaginosa aumentará para um recorde na temporada 2012/13.
A semeadura crescerá 6,22 por cento ante a temporada 2011/12, para 4,4 milhões de hectares, previu nesta segunda-feira a Emater, órgão estatal responsável pela assistência técnica no Estado.
Se for confirmada a previsão, o plantio bateria o recorde registrado em 11/12, considerando números históricos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"Preços em alta, demanda aquecida e os problemas enfrentados com as safras de outros importantes países fazem com que os produtores tenham interesse pela produção da oleaginosa", afirmou a entidade em nota, em seu primeiro levantamento de intenção de plantio para o verão 2012/13.
O Rio Grande do Sul deverá ter uma área de 4,4 milhões de hectares com soja, 258 mil a mais que em 2011/12. Desse total, a soja vai ocupar 150 mil hectares tradicionalmente utilizados para pastagem ou para semeadura de arroz. O restante tomará espaço de lavouras de milho e feijão, entre outros grãos.
Quanto à produção, tomando como base os rendimentos médios dos últimos dez anos, o Estado poderá colher 11,34 milhões de toneladas de soja e 5,05 milhões de toneladas de milho.
Pelas estimativas feitas por consultorias, em 2012/13 o Rio Grande do Sul poderá voltar a ser o terceiro Estado produtor de soja, atrás de Mato Grosso e Paraná, após ter sofrido severas perdas na temporada 11/12.
O milho terá redução de 5,5 por cento na área, ante a safra anterior, somando 1,05 milhão de hectares em 2012/13.
"No feijão, nem mesmo a expressiva valorização do produto nos últimos meses foi capaz de frear a diminuição da área cultivada com esse importante alimento, marcando uma tendência observada desde 1995, que faz com que a área destinada à cultura diminua ano a ano", completou a Emater.
O grão ocupará 55.359 hectares, redução de 6 por cento ante o verão 2011/12.
ARROZ
O Rio Grande do Sul, que produz quase dois terços do arroz colhido no país, registrará perda 2,9 por cento de área semeada com o cereal ante a temporada passada, somando 1 milhão de hectares.
"Altos estoques, dificuldades durante a comercialização da safra passada e preços defasados em relação às médias históricas, apesar da recente recuperação, parecem ter causado um desestímulo entre os plantadores", salientou o relatório da Emater, acrescentando que as barragens ainda não atingiram as cotas máximas nas principais regiões produtoras, aumentando a apreensão dos produtores quanto a uma falta de água para irrigação.
Fonte: Reuters / Gustavo Bonato
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