A queda nas cotações internacionais das principais commodities agrícolas, depois de um longo período de valorização dos preços, está reduzindo também a receita das quatro maiores tradings mundiais do setor. O cenário, porém, não é necessariamente negativo para ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, cu-ja receita líquida conjunta superou US$ 350 bilhões em 2013, já que pode abrir espaço para uma desejada ampliação tanto da rentabilidade das operações de processamento quanto da produção de itens de maior valor agregado.
Companhias centenárias, as "ABCD" saíram fortalecidas de muitas das crises do passado, mas em outras os reflexos em seus resultados foram negativos. Daí a busca por um portfólio capaz de amenizar as oscilações das commodities e garantir melhores rentabilidades, uma vez que obter margens de 5% em operações de comercialização (trading) já pode ser considerado uma vitória.
Um exemplo é o da Bunge. Segundo seu presidente no Brasil, Raul Padilha, o objetivo da empresa é ampliar "de forma integrada", para entre 30% e 35%, a participação da divisão "Food & Ingredients" nas vendas totais nos próximos anos. É a área onde estão abrigados os produtos de maior valor agregado, que hoje respondem por 20% da receita. "Agribusiness", que inclui as operações de trading, ainda representa 80% do faturamento. "Mas 'Agribusiness' é o nosso 'core business' e temos que continuar crescendo nessa frente".
Fonte: Valor Econômico/Fernando Lopes | De São Paulo
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