A estratégia da Petrobras na transição para uma economia de baixo carbono está baseada na modernização das refinarias para a produção de combustíveis com menos emissões, afirmou o diretor de refino e gás natural da companhia, Rodrigo Costa.
Em participação no evento on-line Brazil Gas Summit, nesta quarta-feira (16), o executivo lembrou que a empresa vai investir R$ 600 milhões na modernização de ativos de refino para produção de derivados com menor índice de emissão de gases de efeito estufa, conforme o plano estratégico para o período de 2022 a 2026.
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“Vamos focar nos ativos que tenham sinergia e integração com as nossas atividades de upstream [exploração e produção] e em que tivermos vantagens competitivas”, afirmou Costa.
O diretor disse que a empresa espera aumentar a capacidade de produção de combustíveis com baixo teor de enxofre em 1,32 bilhão de barris por dia (barris/dia) no período.
Para tanto, a empresa estatal está investindo em modernizações na Refinaria de Paulínia (Replan) e na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), ambas localizadas no Estado de São Paulo. “Temos planos para modernizações nessas refinarias para produção de diesel com conteúdo renovável usando o hidrogênio já disponível nessas instalações”, disse.
Costa apontou, no entanto, que a implementação de alguns projetos de biorrefino no Brasil ainda dependem de atualizações regulatórias, principalmente no caso do “diesel renovável”.
O executivo também confirmou que a petroleira vai prosseguir com a otimização do parque de refino, por meio da venda de ativos. A Petrobras tem um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para se desfazer de oito refinarias, que correspondem a cerca de metade da capacidade de processamento da estatal. A previsão da companhia é se desfazer dos projetos de refino fora do eixo Rio-São Paulo.
Termelétricas
A Petrobras vai buscar oportunidades de desenvolver projetos no mercado de usinas termelétricas de geração de energia a gás natural, apontou Costa. O executivo reafirmou que a estatal segue comprometida com a abertura do mercado de gás no país.
“Estamos prevendo total conformidade com a nossa saída das atividades de transporte e distribuição de gás natural. A Petrobras seguirá comprometida com o desenvolvimento de um mercado de gás competitivo no Brasil”, disse.
Costa apontou que a estatal já reduziu o volume de importação de gás natural da Bolívia, além de ter aberto um processo competitivo para o arrendamento do terminal de regaseificação que possui na Bahia. Segundo ele, essas iniciativas estão contribuindo para uma nova dinâmica no mercado.
“Acreditamos que o mercado brasileiros nas próximas décadas vai ser muito diferentes daquele que foi nos últimos 30 anos, mais dinâmico, com mais competição e inovação”, comentou.
Fonte: Valor