Com recursos sendo liberados, obra avança e vai receber R$ 2,2 bi em 2011
Uma obra “irreversível”. É assim que envolvidos e interessados na construção da ferrovia Transnordestina estão tratando o assunto de uns meses para cá. Pouca gente acreditava que, em meio a diversos impasses financeiros, a linha férrea pudesse sair do canto. Ao longo deste ano, foi se provando o contrário. Na próxima sexta-feira, quando, provavelmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcará em Missão Velha (CE), será possível até que ele “brinque de trenzinho”, em um aparelho adaptado. Até o dia 31, R$ 1,48 bilhão deve ser empregado nos serviços, enquanto que, em 2011, serão mais R$ 2,225 bilhões, ultrapassando a metade dos R$ 5,4 bilhões previstos para a malha.
A burocracia na liberação de recursos foi criticada em algumas ocasiões pelo presidente da Transnordestina Logística, Tufi Daher Filho, sendo o Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) o maior alvo. O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) não ficou de fora, apesar da necessidade de contrapartida de 10% dos serviços nos trechos definidos. Até a semana passada, foram repassados R$ 336 milhões do FDNE, além da promessa de outros R$ 393 milhões até o fim de semana. Para o superintendente da Sudene, Paulo Fontana, não existem mais problemas de ordem financeira.
“Da parte da Sudene, não houve retenção de recurso, não posso responder se houve de outro financiamento. A próxima parcela do FDNE falta apenas o banco dizer que a prestação de contas está ‘ok’. Já o terceiro módulo, referente aos trechos do Ceará, sairá no primeiro semestre de 2011, disse, em conversa por telefone, na última terça-feira. De acordo com ele, serão três grandes liberações no ano que vem, o que ultrapassaria o valor de R$ 1,4 bilhão que a Transnordestina projeta do Fundo para o período. Até a conclusão da ferrovia, em outubro de 2012, o FDNE injetará R$ 2,6 bilhões.
Conforme informou a Transnordestina Logística, estão no cronograma do ano que vem R$ 350 milhões do Finor, R$ 250 milhões da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), R$ 164 milhões da Valec, R$ 34 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e R$ 27 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). “A Transnordestina estava na mão de duas empresas e não andava, não sei por qual razão. Quando a Odebrecht foi contratada, começou a andar. Andei nela duas vezes em todos os trechos e vi que está avançando”, completou Paulo Fontana. A Odebrecht está à frente dos lotes em Pernambuco, onde estão empregadas 11 mil pessoas.
Fonte: Folha de Pernambuco(PE)/AUGUSTO LEITE
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